O Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e à concessionária América Latina Logística (ALL) solicitando informações e providências depois que três vagões da empresa descarrilaram em Meridiano, no noroeste de São Paulo. Segundo o órgão, esse foi o terceiro acidente do tipo na região.
Para Thiago Lacerda Nobre, procurador da República, os acidentes podem ter sido provocados por má conservação do trecho. “Não há nada conclusivo, mas existem indícios de que os dormentes estão podres, por exemplo. A malha rodoviária precisa estar bem conservada”, diz.
No documento, o procurador pede que fiscais da ANTT visitem a região em no máximo dez dias e, se for o caso, que embarguem o trecho entre Santa Fé do Sul e São José do Rio Preto por falta de segurança.
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À ALL, o MPF cobrou providências e informações. Em acidente ocorrido em março, um professor de 43 anos morreu quando o carro em que estava foi atingido por um trem. Segundo o MPF, os vagões saíram dos trilhos (dez tombaram e oito descarrilaram) e atingiram a parte da estrutura do galpão abandonado, onde funcionava a antiga estação ferroviária. É a segunda ação produzida neste mês pelo MPF contestando a atuação da ALL, de outros representantes da iniciativa privada e de órgãos reguladores no setor ferroviário. No dia 9, solicitou que o Tribunal de Contas da União faça um exame global de todos os contratos de concessão e arrendamento que envolvam o transporte ferroviário e o grupo ALL.
Procurada pela reportagem, a ALL divulgou nota dizendo investir anualmente cerca de R$ 650 milhões para viabilizar o crescimento orgânico da sua operação – “o que inclui compra de equipamentos e manutenção da malha, buscando aumento de produtividade e segurança”. Diz também estar à disposição do MPF para esclarecimentos.
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