Não há hoje assunto tão caro ao paulistano quanto mobilidade. É sua principal reclamação, seu maior anseio. Um terço das ideias recebidas na pesquisa Que SP Vc Quer? se refere a esse assunto, tanto em relação ao trânsito de carros e bicicletas quanto ao transporte público por ônibus, metrô ou trem. Esse quadro mostra o quanto o morador da metrópole está farto de chegar em casa esgotado, com o corpo dolorido do metrô lotado, de ficar em pé no ônibus sacolejante ou gastar horas no carro olhando o semáforo abrir e fechar, sem ninguém conseguir se mover.
O paulistano hoje demora, em média, 1h05 diariamente para ir de casa ao trabalho. Isso significa que quase um mês inteiro é desperdiçado no trânsito no decorrer de um ano. Para reverter esse quadro, as propostas mais bem avaliadas trazem uma solução há décadas repetida por especialistas: expandir significativamente a malha do metrô.
Apesar de antiga, essa ideia demorou muito para sair do papel. Os primeiros projetos paulistanos para o metrô foram discutidos ainda no início do século 20, quando cidades como Buenos Aires, Londres e Nova York já operavam suas primeiras linhas. Mas, em São Paulo, a inauguração do primeiro trecho só ocorreu em 1974 e a expansão da rede a partir daí foi lenta: menos de 2 km de trilhos por ano.
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A rede paulistana tem 74 km de extensão, bem menos do que cidades menores, como Berlim (331 km) e Moscou (313 km), de capitais latino-americanas, como Cidade do México (226 km), e até de locais que fizeram metrô mais tarde, como Seul (563 km) e Xangai (437 km). “Não entendo por que tudo no Brasil tem de demorar tanto. A população precisa cobrar a execução dessas obras o quanto antes”, diz Leandro Gomes Silva e Silva, estudante que mora na Alemanha e enviou a ideia vencedora da categoria Transporte Público.
Pelos planos oficiais, a meta é que, em 2040, São Paulo tenha 264 km de metrô – quase quatro vezes a malha atual. Somando o crescimento da rede de trens, monotrilhos e corredores de ônibus, o transporte coletivo de média e alta capacidades deverá ter 1.336 km naquele ano. Caso essas promessas realmente saiam do papel, o tempo de deslocamento ao trabalho do paulistano não deverá passar de 30 minutos, menos da metade do de hoje.
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