O empresariado de Anápolis aguarda com expectativa a conclusão da ferrovia Norte-Sul, que interligará o porto seco do Centro-Oeste, sediado na cidade, com o porto seco de Itaqui (Maranhão).
Depois de grãos e remédios, Anápolis (GO) vira “hub” central.
Para Edison Tavares, superintendente do porto, a ferrovia poderá deslocar o eixo de importação e exportação, hoje focado no Sudeste, para o Norte e o Nordeste.
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“Nosso trânsito de cargas para Santos ainda é complicado”, afirma ele. Segundo Tavares, uma carga demora cerca de nove dias para chegar ao porto paulista ou a Vitória (ES). A BR-153 (Belém-Brasília) é a principal rota.
“A ferrovia já vai nascer com demanda. A carga já existe”, afirma Tavares.
Além da grande importação de insumos e peças para as indústria farmacêutica e automobilística de Anápolis, o porto seco é hoje uma das principais portas de saída das commodities produzidas em Goiás, que deixam a cidade com vistoria da Receita Federal e não precisam esperar pelos procedimentos burocráticos nos portos marítimos.
As obras da ferrovia, no entanto, estão paradas. Em 2012, os contratos para a construção dos 855 km da interligação entre Anápolis e Palmas (TO) venceram. Agora, a Valec corre para relicitar obras remanescentes, além do pátio em Anápolis que fará a interligação com a ferrovia Centro-Atlântica e fechará o circuito logístico.
Novos prazos
Depois de estourar o prazo anunciado pela presidente Dilma Rousseff, em julho de 2012, a nova previsão é que a obra termine em maio de 2014. Em março, a Valec receberá as propostas para o pátio de Anápolis. Depois, selecionará a empresa responsável, que terá cerca de um ano para concluir as obras.
Um projeto básico pouco preciso é uma das razões para os atrasos, segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União).
Segundo o órgão, a estatal adiantou pagamentos, descumpriu cláusulas contratuais, não exigiu as garantias necessárias e, depois de constatadas irregularidades, não reteve a garantia prevista em lei. As obras do pátio chegaram a ser retiradas do projeto, segundo o relatório, que também apontou valores acima do mercado em algumas contratações.
Para o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, as obras devem ganhar celeridade agora, já que são prioritárias para o governo federal. Para a presidente Dilma Rousseff, o setor logístico é estratégico para reduzir o chamado “custo Brasil”.
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