O grupo Cosan avalia a possibilidade de buscar recursos no mercado para mudar o perfil de sua dívida, segundo Marcelo Martins, vice-presidente de relações com os investidores. “Analisamos essa possibilidade no mercado”, disse. O endividamento bruto consolidado da empresa em 31 de dezembro era de R$ 11,2 bilhões, ante R$ 5,3 bilhões no trimestre anterior. No terceiro trimestre, a dívida da Cosan e controladas somou R$ 8 bilhões, como reflexo da captação de R$ 3,3 bilhões para aquisição da Comgás, consolidação desse negócio com endividamento bruto de R$ 2,5 bilhões e captação de R$ 90,8 milhões pela Rumo Logística.
A Cosan não prevê sinergia no primeiro ano de operação com a Comgás. “Não compramos [Comgás] pensando em sinergia”, disse Marcos Lutz, presidente do grupo. A Comgás, segundo ele, foi adquirida porque “tem uma sinergia cultural”, com potencial de melhorias de resultados. A Cosan vê o negócio GNV (Gás Natural Veicular) como uma matriz com potencial relevante no futuro. “Terá um papel importante, como alternativa ao etanol e gasolina”, afirmou.
O conglomerado não tem planos de mudar o nível de governança corporativa da Comgás. A ideia da companhia de gás canalizado de ir ao Novo mercado está descartada, segundo Martins. A Comgás manifestou esse interesse no fim de 2011, quando ainda era controlada pela British Gas (BG).
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Segundo Lutz, o reajuste da gasolina trará benefício econômico para o setor sucroalcooleiro, mas, por enquanto, a empresa está focada em investir apenas para aumentar a eficiência da capacidade já instalada. Sobre o projeto de etanol celulósico, ele afirmou que ainda não é um programa de investimento aprovado pelo conselho da companhia. Nesta temporada, a 2012/13, a companhia processou 56,2 milhões de toneladas de cana. Os negócios de combustíveis e produção de açúcar e álcool fazem parte da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell.
Em relação às negociações para a entrada da Cosan no bloco de controle da America Latina Logística (ALL), Lutz disse que as conversações estão em andamento.
O grupo apresentou receita líquida de R$ 8,4 bilhões no terceiro trimestre, alta de 33,1% sobre o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido saltou para R$ 342,3 milhões, elevação de 264,9% no mesmo período.
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