“Motoristas que trafegam em Mato Grosso além de sofrer com a adaptação à nova lei da categoria (12.619/12) penam ainda mais nas estradas do Estado. Centenas de motoristas passam dias em atoleiros ou em filas nas BR364 para transportar safra recorde de MT”. Este cenário que a deputada Luciane Bezerra, (PSB-MT) discute e mostra na Câmara Federal durante os debates sobre a lei dos motoristas, em Brasília, ontem e hoje (27).
O objetivo das audiências é debater propostas de modificações à lei, e assim chegar a uma regulamentação capaz de contemplar os anseios dos motoristas profissionais, assegurar melhores condições de trabalho. E ainda dar mais segurança e qualidade no transporte de cargas do País.
Durante a audiência, na Câmara, Luciane retratou a situação das estradas do Estado e mostrou imagens que estarreceram os participantes. “A principal causa do brusco custo vivenciado em Mato Grosso se dá em decorrência da má conservação de nossas rodovias, falta de pavimentação, inexistência de logística ferroviária e hidroviária adequada”, apontou a deputada ao mostrar fotos de caminhões atolados e carregados de soja.
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Para a parlamentar o Governo precisa definir certas prioridades para acabar ou amenizar esta crise logística. São elas: concluir as pavimentações das BRs 163, 158, 242 e 080, pois essas rodovias são as principais rotas de escoamento para portos Santos, Manaus, Vitória, Paranaguá, Santarém, São Francisco do Sul e São Luis; implantar e construção da Ferrovia de Integração do Centro Oeste – FICO, viabilizar e concluir a ligação da FICO com a Ferrovia Norte Sul no trecho Campinorte (GO) – Lucas do Rio Verde (MT); viabilizar a Ferronorte no trecho Rondonópolis-Cuiabá, o primeiro já tem previsão de inauguração.
Outra saída seria agilizar realização um projeto de viabilidade econômico-ambiental, ampliação da FICO para mais três braços ferroviários, já proposta pela deputada no Estado. Trecho de Brasnorte a Colniza, para atender toda região Noroeste, outro, ligando Lucas do Rio Verde ao município de Guarantã do Norte, ao Terminal Portuário de Santarém, e outro ligando o terminal ferroviário de Água Boa ao município de Vila Rica, como medida de promover uma integração ferroviária do Estado de Mato Grosso.
ANTT
Como coordenadora do Fórum do Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso (TRC) deputada ainda defenderá hoje (27) adequações da carta frete na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em Brasília. Na ocasião governo, segmentos e legisladores participam de audiência publica sobre: Transporte Rodoviário de Cargas por conta de terceiros mediante remuneração.
De acordo com Luciane a nova lei, apesar de bem intencionada dificulta os trabalhos dos motoristas. “Pela lei, eles devem ter 11 horas de descanso entre duas jornadas de trabalho, uma hora por dia de parada para o almoço e repouso de 30 minutos a cada quatro horas rodadas. Isso dificulta o trabalho, o custo aumenta e conseqüentemente o valor dos produtos também”, explicou a deputada.
A Lei foi aprovada no ano passado e levou vários motoristas a realizar greves em todo o País, por isso voltou à Câmara Federal para sofrer alterações.
Luciane pretende defender ainda na reunião soluções para o cartão frete dos motoristas. “Motorista tem que receber seu frete em espécie ou crédito liquido em conta. Os modelos usados hoje que dão margem para operadoras de cartão de crédito ganharem em cima ou postos se valerem do crédito, tem que acabar”, reforçou.
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