Embora menor que Santa Catarina e com população mais reduzida que a da Grande Belo Horizonte, o Panamá já é a terceira maior operação da Odebrecht na América Latina fora do Brasil. A empreiteira brasileira virou também a maior construtora do país.
A Odebrecht, que não participou da competição para a ampliação do Canal do Panamá, acabou vencendo quase todas as outras grandes licitações encomendadas pelo governo panamenho.
A empresa contratou o arquiteto britânico Norman Foster para fazer o novo terminal do Aeroporto Internacional da Cidade do Panamá; construiu o metrô da capital, o primeiro da América Central; fez a nova via costeira, de 7 km, que serpenteia novos aterros onde ficam os arranha-céus da cidade e que se transforma em via elevada 2,5 km sobre o mar.
A Odebrecht ainda foi responsável pela recuperação do centro histórico da capital, enterrando a fiação e retirando os postes entre os casarões erguidos entre os séculos 17 e 19 e fez o novo calçamento. Ainda ganhou a reurbanização de decrépitos conjuntos habitacionais dos anos 1960.
“Mesmo fora do canal, a Odebrecht conseguiu vencer diversas licitações”, diz Arturo Graell, diretor de Relações Institucionais da empresa no país. “Estava aqui quando abrimos o escritório em 2006, éramos quatro funcionários”, diz. “Hoje, somos 5.000.”
METRO RECORDE
O metrô foi lançado em tempo recorde: em menos de três anos, foi construída e inaugurada em 2014 uma linha 13 km, 6 km subterrâneos e 7 km elevados (pouco maior que a Linha Amarela do Metrô de São Paulo, cuja construção começou em 2004).
Duas novas licitações estão na mira da empreiteira: a segunda linha do metrô e a remodelação do centro de Colón, a segunda cidade do país, no Caribe panamenho, onde funciona uma zona franca, mas que é bastante mais pobre que a capital.
Nas obras da via costeira e na recuperação dos conjuntos habitacionais, a Odebrecht construiu um novo estádio de futebol, chamado Maracanã – a empresa levou os ex-jogadores Bebeto, Rivaldo, Dunga, Careca e Viola para jogar ali na abertura, em abril do passado.
Ainda foi uma das patrocinadoras do novo museu desenhado por Frank Gehry.
Além dessa ofensiva de charme futebolística, a empresa patrocina a limpeza de um manguezal na capital.
A Odebrecht não é a única brasileira com bons negócios no Panamá. A Embraer vendeu 26 aviões à companhia local Copa.
Além dos brasileiros, outros vizinhos estão investindo pesadamente no país.
A estimativa do governo panamenho é que 80 mil venezuelanos tenham comprado imóveis ali recentemente, boa parte tendo se mudado nos últimos cinco anos, com as crises periódicas dos governos Chávez e Maduro.
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