Na saga de sua Ferronorte, Olacyr lançou os trilhos em direção ao Mato Grosso e o Estado respondeu à altura do desafio daquele obstinado. Hoje, o Mato Grosso é uma das maiores regiões produtoras agrícolas do mundo, com índices de produtividade imbatíveis. “O Mato Grosso deve muito ao Olacyr”, afirmou o seu amigo Senador Blairo Maggi, ao saber da sua morte.
Olacyr concebeu a “nova ferrovia brasileira”. Ele trouxe no começo dos anos 90 o conceito do trem unitário para fora dos corredores de minério de ferro, e foi o primeiro a falar no conceito ferrovia-porto, tanto que desenvolveu o projeto Portuário do TGG, único com pêra ferroviária em Santos.
Sua visão ferroviária era tão adiantada à época, que ele passou a ser a grande referência do Governo na concepção e no desenvolvimento da privatização dos serviços ferroviários da RFFSA e da Fepasa.
Foi também o grande inspirador de Gerson Toller na idealização do Prêmio Ferroviário do Ano da Revista Ferroviaria, tendo sido o primeiro agraciado em 1989, em reconhecimento ao “conjunto da obra da Ferronorte”. Assim foi um dos grandes responsáveis pelo avanço do setor ferroviário brasileiro nos últimos 20 anos.
Além do setor ferroviario, Olacyr se destacou na construção civil, nos serviços bancário, no comércio exterior e em muitos outros, mas foi no agronegócio, com suas Fazendas Itamarati Sul e Norte, que ele ficou conhecido no Brasil e fora dele.
Muito mais do que “o rei da soja”, Olacyr desenvolveu cultivares de soja, milho e algodão, cujas sementes se adaptariam às condições do cerrado brasileiro e seriam as grandes responsáveis pelo incremento da produtividade agrícola daquela região. Era um entusiasta vibrante da Embrapa.
Tive o previlégio de conviver com ele. Primeiro pela relação de amizade que sempre teve com meu Pai e depois pela estreita cumplicidade que criou com meu irmão Wilsinho, que fez dele seu mentor, seu sócio, seu padrinho e seu grande amigo.
Olacyr foi o primeiro cliente da EDLP, motivo de orgulho para a empresa que ajudei a criar.
Olacyr não era um homem à frente do seu tempo, foi o tempo quem teimou em não acompanhar a sua marcha!
Que agora, ele descanse em paz!
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