Com quase três anos de atraso, o governador Geraldo Alckmin
(PSDB) inaugurou na quarta-feira (6) três novas estações da linha 5-lilás do
metrô na zona sul sem que as obras de acabamento tenham terminado.
Infiltrações, vazamentos, vidros estilhaçados e elevadores em manutenção ou já
quebrados foram falhas encontradas nas paradas.
Por enquanto, as estações Brooklin, Borba Gato e Alto da Boa
Vista ficam abertas das 10h às 15h e a circulação é gratuita no trecho até a
Adolfo Pinheiro e Brooklin. Quem pretende seguir em direção ao Capão Redondo
precisa descer na Adolfo Pinheiro e pagar a passagem.
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À tarde, por volta das 14h30, bombeiros foram chamados para
resgatar um passageiro que ficou preso em um dos elevadores da estação Brooklin
por cerca de 30 minutos. O equipamento foi desligado logo depois, por
precaução.
Nos banheiros masculinos, há vazamento em vasos sanitários
nas estações Brooklin e Alto da Boa Vista. Falta lixeira ao lado dos sanitários
e, na Alto da Boa Vista, um espelho está escorado por ripas.
Vazamentos e infiltrações também ficaram aparentes nas
paredes das estações e nos pisos cheios de marcas de goteiras. Destaque das
novas estações, havia claraboias cobertas com plástico ou tapadas com madeira.
Até mesmo espaço reservado para extintores está vazio na
Borba Gato. Um dos símbolos do improviso é uma placa que sinaliza a rota de
fuga pregada com fita crepe na parede da Brooklin.
Também foi frustrada a expectativa de quem esperava
bicicletários em todas as estações. Só há na Brooklin e, nas demais,
paraciclos.
A inauguração parcial ficou evidente para quem circulou
pelas estações. “Eles inauguraram às pressas, porque a imprensa ficou em
cima. Aqui, iria mais uns dois meses de obra ainda, porque não está
pronta”, disse a bancária Marisa Rodrigues, 47 anos, em visita à estação
Borba Gato.
METRÔ
O Metrô, empresa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), diz que
as três novas estações da linha 5-lilás, Alto da Boa Vista, Borba Gato e
Brooklin, estão em operação assistida, sem cobrança de tarifa, que será
estendida pelos próximos 60 a 70 dias.
“Esse processo conta com estrutura necessária para o
funcionamento das estações considerando horário reduzido, baixo fluxo de
usuários e é útil para que o Metrô possa fazer todos os ajustes nas estações,
sistemas e demais itens de conforto, segurança e conveniência. A operação nesse
formato segue padrões internacionais.”
O Metrô afirma que a ampliação da linha 5-lilás compreende a
construção de 11 km e 11 estações, de Adolfo Pinheiro (inaugurada em 2014) a
Chácara Klabin, compra de 26 novos trens, implantação do sistema de sinalização
e controle e a construção do pátio de manutenção Guido Caloi, ao custo de R$
9,97 bilhões (valor atualizado). A empresa não informou o custo de cada um das
novas estações.
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