Estação Central do VLT é inaugurada neste sábado sem PMs na região

Inaugurada neste sábado, a Estação Central do Veículo Leve
sobre Trilhos (VLT) vai beneficiar os passageiros que utilizam a Linha 2,
principalmente os que desembarcam de outros meios de transporte na Central do
Brasil. Mas, no primeiro dia, quem passou pela nova estação sentiu falta de
policiamento na área.

Foi o caso do aeroviário Daniel Pereira, de 29 anos. Morador
de Oswaldo Cruz, na Zona Norte do Rio, ele utiliza trem, metrô e VLT para
chegar ao trabalho. Com a nova estação, pensa em substituir o transporte
subterrâneo pelo VLT, mas ficou preocupado com a localização:

— Ainda não sei se vou utilizar. O acesso é estreito, estou
achando meio perigoso, mas pode ser que melhore a segurança, como aconteceu no
entorno da estação da Cinelândia.

Durante a manhã deste sábado, a equipe do GLOBO não viu
viaturas da PM próximo ao local.

— À noite é muito escuro aqui. Acho que tinha que ter
informação sobre onde é o embarque. A estação está muito escondida — disse
Marlene Fernandes, de 72 anos, que tentou embarcar na composição, parada
próximo ao Comando Militar Leste (CML).

Sem placas para informar sobre o embarque, a auxiliar de
crédito e cobrança Carla Rosa de Oliveira, de 37 anos, foi seguindo os trilhos
para encontrar o local de embarque. Apesar da dificuldade de achá-la, ela disse
que a estação vai facilitar sua viagem:

— Moro em Nova Iguaçu e sempre venho de trem ou ônibus para
a Central. Daqui, vou andando para a Praça Quinze. Agora posso pegar o VLT na
Central. Além de ser mais seguro, dá para ir fazendo turismo — disse.

Apesar da insegurança, o eletricista David Nascimento, de 40
anos, morador de Paquetá, aprovou a inauguração da estação.

— Sempre faço compras na Rua Senador Pompeu. Venho de barca
e depois pego o VLT na Praça Quinze até o Saara. Agora que ele vem até a
Central, economizo alguns minutos de caminhada.

A Polícia Militar informou que o policiamento na Central é
móvel devido à proximidade com o Morro da Providência. Afirmou ainda que
viaturas do 5º BPM (Praça Harmonia) estavam próximas à nova estação, inclusive
com operação de cerco na região da Central, e poderiam ser acionadas caso
houvesse demanda.

Além da Central, foi inaugurada neste sábado a estação Vila
Olímpica da Gamboa, também da Linha 2. Até o próximo dia 27, o embarque na
Central será gratuito, desde que o passageiro use o Riocard.

Última aberta no trajeto entre a Rodoviária e a Praça
Quinze, a Estação Central é considerada estratégica para o VLT. Vizinha da
Central do Brasil e do Terminal Américo Fontenelle, por onde passam 54 linhas
de ônibus intermunicipais, a estação deve ser responsável pelo aumento no
número de usuários do sistema. A previsão é que cerca de 20 mil novos
passageiros embarquem por dia no local, elevando em 40% o movimento das Linhas
1 e 2, que hoje transportam, juntas, entre 45 mil e 50 mil pessoas por dia.

A concessionária que administra o bonde — cuja primeira
linha, ligando o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio, foi inaugurada
em junho de 2016 — garante estar preparada para o aumento da demanda. A frota
de 32 trens, com capacidade para 420 passageiros, cada, foi projetada para
receber até 200 mil pessoas por dia, quando o serviço estiver a pleno vapor.
Ainda falta entrar em operação a Linha 3, que ligará a Central ao Aeroporto
Santos Dumont por um trajeto alternativo, e cujas obras estão previstas para
começar em março do ano que vem. Enquanto isso não acontece, estarão em
operação a partir de amanhã nove trens na Linha 1 e outros nove na Linha 2.

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