Consórcio de máquinas agrícolas atrai produtores

A
procura por consórcios para compra de máquinas agrícolas cresce entre os
produtores. A Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac)
estima que em 2017 o montante contratado para aquisição de tratores,
colheitadeiras e implementos chegou a R$ 2,64 bilhões entre janeiro e novembro,
dado mais recente disponível. A alta é de 20% em relação a 2016. “Aumentou
tanto o número de contratos fechados quanto o valor de cada um”, conta Paulo
Roberto Rossi, presidente executivo da Abac. Também em conversa com a coluna,
Alfredo Jobke, diretor de Marketing da AGCO para a América do Sul – montadora
que tem participação de 50% do mercado de consórcio de máquinas agrícolas no
País –, diz que a produção recorde de grãos em 2016/2017 e o otimismo com a
atual safra dão confiança ao setor agropecuário para aumentar ou renovar a
frota.

Atraente.
No consórcio, produtores têm cerca de 100 meses para pagar, prazo semelhante ao
do Moderfrota, principal linha do governo para financiamento de máquinas
agrícolas. Mas, ao contrário deste, a prestação é fixa e não há juros
embutidos, mas uma taxa de administração de 13%, em média, sobre o valor
contratado. Como qualquer outro consórcio, o equipamento é entregue por
sorteio. No caso da modalidade agrícola, porém, as parcelas são anuais, pagas
na época da colheita.

Na
frente. O Banco do Brasil, que detém 66% da carteira de crédito rural do País,
pretende conquistar mais espaço. Vai designar 209 novos gerentes para
atendimento exclusivo ao setor agropecuário em municípios que ainda não contam
com o serviço, diz o vice-presidente de Agronegócios, Tarcísio Hübner. O time
passará a contar com 649 gerentes agro. Outros bancos, como Santander, Bradesco
e Itaú, têm dado cada vez mais atenção ao setor Maratona. O Grupo Adir, de
genética nelore, pretende inseminar 2,5 milhões de bovinos nos próximos três
anos, ante a média anual de 175 mil cabeças. O salto se dará a partir de parcerias
com o frigorífico MasterBoi, que tem unidades no Pará e Tocantins, e o
confinamento Conforto, com capacidade estática para 120 mil animais em Goiás.
Para dar conta do recado, a empresa já triplicou sua equipe, diz Paulo Leonel,
diretor do Grupo Adir.

Padrão.
O objetivo das parcerias é ajudar fornecedores a melhorar a qualidade do
rebanho, antecipando a idade de abate dos bovinos para uma faixa entre 18 e 20
meses, com ganho de 20 arrobas e aumento do rendimento de carcaça. O MasterBoi
vai pagar uma bonificação, ainda não definida, aos pecuaristas que venderem
animais com a genética Adir. Na Conforto, o prêmio será de 25%. Para isso,
Leonel informa que o grupo tem investido pesado num sistema de rastreamento que
vai garantir aos parceiros a origem dos animais.

Um
chega, outro sai. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, tem alternado as
viagens internacionais em defesa do agronegócio brasileiro com seu sucessor
direto e secretário executivo, Eumar Novacki. Maggi volta nesta semana da
Europa, onde participa em Davos, Suíça, do Fórum Econômico Mundial. Em 5 de
fevereiro será a vez de Novacki deixar o País para visitar Coreia do Sul,
Tailândia, Indonésia e Malásia com vistas a ampliar o comércio de carnes e
frutas.

Substituto.
Novacki se articula politicamente para ser ministro nos nove meses finais do
atual governo – Maggi deve deixar o cargo em abril. Mas sofrerá a concorrência
de senadores cujos mandatos não terminam este ano. Se o cargo não for negociado
politicamente e o atual secretário executivo seguir com Maggi para a campanha à
reeleição ao Senado, a solução pode ser caseira: o secretário de Defesa
Agropecuária, Luiz Rangel, funcionário de carreira e elogiado pelas ações de
neutralização das recentes crises sanitárias, é lembrado.

Mais
cedo. A partir de março, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), vai
antecipar a publicação mensal do indicador do preço do leite pago ao produtor.
A informação deve sair por volta do dia 20, em vez do dia 30. A pesquisadora
Natália Grigol conta que a mudança atende à demanda de cooperativas que, em
geral, definem suas cotações no fim do mês. A mudança dará a elas mais tempo
para se programar.

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