Os credores
brasileiros do grupo Odebrecht estão liderando esforços para vender a operadora
ferroviária do grupo, a Supervia, enquanto pressionam a holding a acelerar a
venda de ativos, disseram três fontes com conhecimento do assunto.
A Odebrecht
contratou meses atrás o BTG Pactual como assessor da venda da Supervia,
acrescentaram as fontes, pedindo anonimato porque as conversas ainda são
privadas.
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Mas o
fracasso em chegar a um acordo com potenciais interessados fez com que credores
como o Itaú Unibanco e Banco Bradesco SAinterviessem para ajudar nos esforços
de venda por meio de seus bancos de investimento.
No mês
passado, a Odebrecht Engenharia e Construção não pagou 500 milhões de reais em
títulos e disse que sua controladora, a Odebrecht SA, ainda negocia com bancos
para receber novos empréstimos para fazer o pagamento dentro do período de
carência de 30 dias.
As
negociações para os novos empréstimos ainda estão em andamento, disseram as
fontes, e os bancos dizem que o programa de vendas de ativos da Odebrecht está
mais lento do que o esperado. A dificuldade em vender a Supervia foi visto
pelos bancos como exemplo de venda de ativo atrasada.
A Odebrecht
recebeu apenas 7 bilhões de reais dos 12 bilhões de reais em negócios
anunciados, principalmente devido a obstáculos legais para fechar negócios em
países latino-americanos como o Peru. Mas este não é o caso na Supervia.
O Mubadala,
fundo soberano dos Emirados Árabes, havia negociado com a Odebrecht por meio do
BTG durante meses, mas a Odebrecht considerou sua oferta muito baixa.
Desde então,
outros dois grupos demonstraram interesse no negócio: a Starboard Restructuring
Partners e o grupo brasileiro RTM Brasil, formado por executivos e apoiado por
empresas de private equity não especificadas, que estariam dispostas a
financiar o negócio, disseram duas fontes.
BTG Pactual,
Bradesco, Itaú, Mubadala e Starboard não comentaram imediatamente o assunto. Em
e-mail a Reuters, a “Odebrecht Mobilidade confirma estar conversando com outro
investidor para venda de sua participação na Supervia”.
A Odebrecht
adquiriu 60 por cento da Supervia em 2011. A empresa opera trens urbanos em 12
cidades do Estado do Rio de Janeiro e transporta cerca de 750 mil pessoas
diariamente.
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