A gigante alemã do agronegócio Bayer
anunciou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos aprovou a compra da
americana Monsanto. O negócio foi aprovado com restrições, o que exigirá
transferência de atividades, o que deve ser concluída em cerca de dois meses.
Após isso, a Bayer se tornará a única proprietária da Monsanto, com o
desembolso de US$ 66 bilhões (cerca de R$ 246 bilhões).
A fusão das duas será efetivada quando
a multinacional alemã tiver cedido suas atividades no setor de sementes,
pesticidas e agricultura digital para a Basf, outra empresa alemã, afirmou a
empresa.
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É a maior cessão de ativos exigida
pelos EUA para manter a concorrência na venda de produtos agrícolas, disse o
vice-procurador-geral, Makan Delrahim, em comunicado do Departamento de
Justiça.
É a aquisição mais importante até
agora por um grupo alemão no exterior. O acordo deve criar uma empresa com o
controle de mais de um quarto do mercado mundial de sementes e pesticidas.
As autoridades americanas inicialmente
levantaram sérias dúvidas sobre essa transação devido à posição dominante de
ambas as empresas.
“Com a autorização do
Departamento de Justiça, estamos agora perto do objetivo de criar uma empresa
líder no setor agrícola”, disse Werner Baumann, CEO da Bayer.
Em março a União Europeia já havia
dado autorização para o negócio com a condição de resolver a sobreposição de
atividades em setores como sementes e agricultura digital.
A China já deu aprovação condicional
ao acordo entre as duas gigantes, que também ganhou luz verde no Brasil.
O Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) aprovou o negócio em fevereiro, mas estabeleceu condições que
incluem a já anunciada venda de um pacote de ativos na área de sementes e
herbicidas da Bayer para a Basf.
No Brasil, a maior parte do Conselho
do Cade entendeu que a operação com a Basf foi suficiente para resolver temores
apontados por técnicos do órgão em outubro.
Grupos ambientalistas e de agricultura
se apõem ao acordo, preocupados com seu poder e sua vantagem em dados de
agricultura digital, que podem dizer aos agricultores como e quando plantar,
semear, pulverizar, fertilizar e colher com base em algoritmos.
Em novembro, Liam Condon, membro do
Conselho de Administração e presidente da divisão agrícola da Bayer, disse em
entrevista à “Folha de S.Paulo” que a união entre as gigantes agrícolas não vai
gerar redução da competição e que a entrada de empresas de tecnologia no setor
agrícola vai garantir concorrência no setor.
– Fonte: http://www.valor.com.br/agro/5563395/bayer-vai-desembolsar-us-66-bilhoes-pela-compra-da-Monsanto
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