A Estação
Ferroviária de Quatis, RJ, está com problemas na estrutura. Desde que os trens
pararam de fazer as viagens, a situação só piora. O prédio é carregado de
história, mas está abandonado pela ação do tempo.
Até o começo
da década de 90, a Estação Ferroviária da cidade recebia centenas de pessoas
que se deslocavam para o estado de Minas Gerais (MG). O trem fazia o trajeto
entre Barra Mansa e Ribeirão Vermelho. Depois da privatização e a extinção do
transporte de passageiros, o prédio passou a não ter mais utilidade e o cuidado
com a construção já não foi mais o mesmo.
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“As
estações que são o patrimônio histórico tantos dos municípios, quanto dos
estados, e mesmo do patrimônio histórico nacional, ele não vai ter uma
preocupação com eles porque a iniciativa privada, ela tem uma perspectiva mais
voltada para a área econômica. Isso depende de iniciativas do poder
público,” explicou o historiador Gunnar Sotero.
O senhor
Gerson trabalhou durante 16 anos na linha férrea, como mecânico em Barra Mansa.
Ele é de uma família que tem uma forte ligação com o sistema ferroviário.
“O
sentimento da gente, para gente que foi, a minha família toda, pai, avós, tudo
foi ferroviário. Tem um filho meu hoje na ferrovia do aço também que é
maquinista. Tenho um irmão que voltou agora também que ficava na ferrovia aí. É
um sentimento que eu não gosto de tocar porque dói muito na gente ver essas
linhas aí tudo acabada,” contou o aposentado Gerson Eustáquio dos Reis.
A estrutura
do telhado foi trocada. É o único sinal de reforma no local. Os vidros das
janelas estão quebrados e as paredes apresentam uma série de problemas. Os
únicos frequentadores do prédio são os pombos.
O senhor
João Pedro tem um comércio ao lado da estação. Ele lembra com saudade a época
que o trem movimentava a cidade.
“A
realidade é o que nós estamos vendo hoje aí, as estações abandonadas, sem o
cuidado necessário que precisa. Muitas pessoas ficaram desempregadas, deixou de
movimentar muito a cidade por perto beirando a ferrovia e está sendo um descaso
total,” contou o comerciante João Pedro de Oliveira.
“O
poder público tem que tomar a principal atitude singular de tombar as antigas
estações como patrimônio histórico. E aí, passar para um projeto que é o
projeto de sustentabilidade das antigas ferrovias para o patrimônio histórico
para nós aprendermos um pouco mais o que é a história da ferrovia do Brasil que
hoje está se perdendo devido a má conservação,” explicou Gunnar Sotero,
historiador.
A prefeitura
de Quatis informou que encaminhou, em fevereiro, para o Ministério do Turismo,
uma solicitação de recursos da União para obras de reforma do prédio da estação
ferroviária do bairro São Benedito, e a instalação no local de um centro cultural,
além de um museu. O pedido de verba gira em torno de R$ 300 mil. A prefeitura
aguarda resposta a esta solicitação, pois o município não tem condições de
realizar as melhorias com recursos próprios. A equipe do RJTV entrou em contato
com o Ministério do Turismo, mas não obteve resposta até a exibição da
reportagem.
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