A falta de
infraestrutura e logística encabeça a lista dos principais gargalos do estado
de Mato Grosso. Por este motivo, a conclusão de obras e a diversificação dos
modais de transporte estão entre as principais demandas dos produtores rurais
No programa Direto
ao Ponto desta semana, o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon
Vaz, fala sobre as perspectivas para a conclusão das obras da rodovia BR-163 e
a importância do investimento em ferrovias, que podem abrir novos caminhos para
o escoamento da safra de Mato Grosso.
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Para Vaz, o
trecho da BR-163 – principal rota de escoamento da produção de grãos do estado
para os portos de Miritituba e Santarém (PA) – localizado entre as comunidades
de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol tem possibilidade de ser pavimentado
neste ano. São 37 quilômetros a serem concluídos pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT). “Vamos lutar para que até o ano que vem
esteja tudo pavimentado, incluindo os trechos que estão sendo recuperados”,
afirma.
Tabelamento
do frete
Segundo o
diretor executivo do Movimento Pró- Logística, o tabelamento do frete vem
causando sérios danos para o setor produtivo. “Essa interferência do governo,
numa atividade típica de mercado, está sendo muito danosa. O setor é contra o
tabelamento, nós não queremos sentar à mesa para discutir um tabelamento, pois
somos contra. Ainda mais quando você tem aquela ingerência de ter que pagar o
frete de retorno numa contratação, isso pode inviabilizar a agricultura de Mato
Grosso, assim como em outros estados. Todo mundo que contrata frete, está tendo
problema”, diz Vaz.
Segundo ele,
o produtor não tem como repassar esses preços, já que trabalha com commodities.
”Nós obedecemos os valores de acordo com a Bolsa de Chicago, então como vamos
dizer para nosso cliente lá da China que tivemos um aumento de frete e vamos
repassar o valor?”, conta.
Ferrogrão
O interesse
em ampliar a malha ferroviária em Mato Grosso também faz parte das demandas
antigas dos produtores rurais, que estão dispostos a entrar na ‘’briga’’ pela
concessão da EF-170, a Ferrogrão, que ligará o município de Sinop (MT) ao Porto
de Miritituba, no Pará. “Os produtores estão organizando uma forma de captação
desse recurso para que de fato seja viabilizado a construção de um dos mais
importantes trechos ferroviários do estado”, comenta Vaz.
O executivo
considera que a ferrovia será um balizador de frete e trará enormes vantagens
para o estado. “Sua construção beneficiará o pessoal que está na área de
influência direta da ferrovia e também todo o estado”, conta.
Ele acredita
que, inicialmente, seria investido o montante de R$ 8,7 bilhões para a
construção da ferrovia, com um percurso inicial de 933 km. “O estudo da
viabilidade da Ferrogrão é muito profundo. São mais de 4 mil páginas de
projetos, 630 plantas, tudo entregue ao Ministério do Transporte. Agora falta a
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) encaminhar ao Tribunal de
Contas da União (TCU). E, a partir disso, teríamos mais dois anos entre a
conclusão do licenciamento ambiental e dos projetos executivos. Acredito que em
sete anos a ferrovia estará pode estar pronta”, afirma.
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