Os trilhos do desenvolvimento

Pode até
parecer pequena a malha ferroviária brasileira, com 30,6 mil quilômetros de
extensão, comparada com a dos Estados Unidos, com 293,6 mil, a da China, com
124 mil e a da Rússia, com 87,2 mil. “No entanto, a ferrovia brasileira é
eficiente”, afirma o agrônomo Evaristo de Miranda, chefe geral da Embrapa
Territorial, de Campinas (SP). “No transporte de grãos, ela supera o que é transportado
pelas rodovias.” Na safra 2014/2015 de grãos, esse modal escoou 47,3 milhões de
toneladas, 47% da produção. Pelas rodovias, foram 42,3 milhões de toneladas,
42% do total. Se bem incrementada, o modal vai entrar, literalmente, nos
trilhos do desenvolvimento, segundo Julio Fontana Neto, presidente da Rumo, que
detém a concessão de 12 mil quilômetros, 39,3% da malha ferroviária do País, e
uma receita de R$ 5,9 bilhões, no ano passado. “A perspectiva para o futuro é
de uma ferrovia cada vez mais importante para a balança comercial do País”,
afirma Fontana Neto. “O setor passa por um processo de transformação liderado
pela iniciativa privada.”

Não é por
menos a afirmação do executivo. A empresa é uma das que mais está investindo
nesse setor. Até 2020, serão R$ 10,5 bilhões em obras e melhoria de sua
estrutura. Hoje, a Rumo conta com 12 terminais de transbordo e armazéns capazes
de guardar 900 mil toneladas de grãos, açúcar e outras commodities. Entre as
melhorias está o aumento da capacidade operacional da malha paulista, saindo de
30 milhões de toneladas por ano para 75 milhões. Com sede em Curitiba (PR), a
empresa é o resultado da fusão entre a Rumo Logística, do grupo Cosan, e a
antiga América Latina Logística, e está sob o guarda-chuva do empresário Rubens
Ometto.

A tarefa, no
entanto exigirá muito mais, no futuro. Segundo um estudo da Confederação
Nacional do Transporte (CNT), apresentado em agosto, são necessários 440
projetos para o que o modal deslanche efetivamente no País. As obras deverão
custar R$ 532 bilhões. Se for seguida, a malha de trilhos chegará a 70 mil
quilômetros de extensão. O plano faz parte de um estudo da entidade que
vislumbra um total de R$ 1,7 trilhão de investimentos, segundo Clésio Andrade,
presidente da entidade. “O Plano CNT de Trans­por­te e Logística deixa claro o
enorme desafio que o próximo presidente da República terá”, diz Andrade. “Será
preciso atrair a iniciativa privada com oferta de segurança jurídica, bons
projetos e retorno atraente para os investidores.”

 

Fonte: https://www.dinheirorural.com.br/os-trilhos-do-desenvolvimento/


Fonte: Revista Dinheiro Rural

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