O grupo Cosan está “muito otimista” quanto às
perspectivas para a economia brasileira em 2019, com previsão de crescimento
dos negócios em todos os segmentos em que atua – energia e logística – em maior
ou menor ritmo. “A perspectiva é muito positiva para o próximo ano, já
havendo passado as eleições e com o PIB crescendo. O ambiente é melhor”,
disse a analistas e investidores o presidente da holding Cosan Limited, Marcos
Lutz, cuja receita líquida proforma em 2017 foi de R$ 55 bilhões.
Na Raízen, joint venture com a Shell, a expectativa é de
continuidade da retomada da demanda de combustíveis, e de redução de custos e
aumento de eficiência no segmento de açúcar e etanol, preparando a Raízen
Energia para um crescimento mais forte no futuro. O petróleo, observou Lutz,
será ainda por muitos anos a principal fonte de energia do país para
mobilidade. O processo de eletrificação de automóveis ainda não traz
preocupação para o braço de distribuição de combustíveis.
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Já a Rumo, concessionária de ferrovias e terminais
portuários, está criando capacidade para avançar no transporte de cargas. A
greve dos caminhoneiros em maio mostrou que há espaço para a ferrovia crescer.
“Estamos criando capacidade na Rumo para o plano de crescimento”,
afirmou Lutz. A Rumo busca aprovação do Tribunal de Contas da União para
prorrogar antecipadamente por mais 30 anos a concessão da Malha Paulista, uma
das mais importantes da companhia, que integra o corredor Rondonópolis (MT) –
Santos (SP). Em troca, se compromete a investir R$ 4,7 bilhões para expandir a
oferta de transporte anual de 30 milhões para 75 milhões de toneladas.
Em relação à Moove, de lubrificantes, Lutz afirmou que se
trata de um negócio menor dentro do grupo, mas que tem tudo para crescer em
participação de mercado. No exterior, a Moove comercializa produtos Mobil na
Bolívia, no Uruguai, no Paraguai, na Argentina e na Espanha. Com a marca Comma,
está presente em mais de 40 países da Europa e da Ásia.
Também a Comgás, de distribuição de gás natural, tem
potencial de crescimento grande. E a empresa vem entregando resultados nessa
direção, acrescentou.
Questionado sobre um possível interesse da Cosan em
refinarias no Brasil, Lutz afirmou que, no momento, operações dessa natureza
não estão na estratégia da companhia. Conforme o executivo, pelo fato de a
Cosan ser uma empresa relevante no mercado de distribuição de combustíveis, o
refino afeta seus negócios e, portanto, a companhia vai acompanhar o processo
de venda de participação da Petrobras em refinarias.
“Se classificamos isso como uma grande oportunidade?
Não. Vamos olhar, mas não estamos muito entusiasmados. Não temos refinaria em
nossa estratégia de Brasil neste momento”, acrescentou.
Em relação à estratégia de alocação de capital da holding
Cosan Limited, o comando da companhia disse que a prioridade é a recompra de
ações. “O topo das prioridades é recomprar ações, que acreditamos estar em
bases bastante atrativas”, disse o diretor financeiro e de relações com
investidores, Marcelo Martins.
Conforme o executivo, o caso mais claro de oportunidade de
recompra, neste momento, é o da própria holding, a exemplo da operação de US$
100 milhões que já está em curso.
De acordo com Martins, a reorganização societária anunciada
pelo grupo em outubro – e cancelada após repercussão negativa junto aos
investidores – tinha por objetivo dar liquidez aos acionistas da Cosan
Logística.
Há um mês e meio, a Cosan S.A. informou que iniciaria
estudos para uma potencial incorporação da Cosan Log, que colocaria a Cosan
S.A. como controladora direta da Rumo, mantendo a Limited no controle indireto.
“No momento do anúncio, ainda não sabíamos qual seria o formato da
reestruturação. Como não tínhamos isso e o mercado não pôde entender o que
seria, decidimos cancelar e mandar a mensagem de que não faremos uma
reorganização que não seja bem-vinda pelo mercado”, disse Martins.
“Quando tivermos um sinal positivo sobre como será, voltaremos ao
mercado”, afirmou.
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