O governador Wilson Witzel vai enviar na próxima semana à Assembleia Legislativa (Alerj) um projeto de lei para socorrer as concessionárias de transporte público. Empresas como o MetrôRio e a SuperVia vêm alertando para o risco de interromperem os serviços por causa do impacto da pandemia sobre o fluxo de passageiros – só o MetrôRio acumulou um prejuízo de R$ 94,8 milhões entre março e maio.
Witzel e seu secretário de transportes, Delmo Pinho, se reuniram na noite de quarta-feira com o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho, para discutir o problema da concessionária. No encontro, Witzel disse que prepararia um novo projeto.
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Será uma segunda tentativa de socorro. Em maio, Witzel apresentou um projeto com proposta semelhante, mas, sem apoio entre os deputados, o próprio governo decidiu retirá-lo. Aquele projeto previa usar transferências do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da União para dar capital de giro às empresas, antecipando pagamentos como o do subsídio do Bilhete Único Intermunicipal.
Agora, embora Witzel enfrente fragilidade política ainda maior, já que é alvo de um processo de impeachment, a situação das concessionárias deteriorou. O MetrôRio estima que seu caixa ficará negativo no fim do mês que vem e que uma injeção de pelo menos R$ 150 milhões sejam necessários para a concessionária atravessar o curto prazo.
Em maio, além da fragilidade política de Witzel, também pesou o temor dos deputados de aprovarem um texto que, durante a pandemia, destinasse recursos a empresas. Mas o deputado Dionisio Lins (PP), presidente da Comissão de Transportes da Alerj, afirma que hoje há um grau de sensibilidade maior dos parlamentares para o risco de paralisação dos serviços. Segundo ele, ainda não se sabe qual desenho terá o socorro.
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