Após divergências técnicas no governo colocarem em risco a liberação da verba para a construção da linha 2 do metrô de Belo Horizonte nesta quinta-feira (3), apenas um dia depois do anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o senador Carlos Viana (PSD), um dos políticos que lidera o movimento da bancada mineira em prol dos recursos, reclamou e pediu um posicionamento do presidente da República. Ele confirmou o recuo por parte do Ministério da Econonomia na autorização para o uso dos recursos e afirmou que houve pressão por parte de outras bancadas após o anúncio, que teria sido feito de forma antecipada pelo presidente e pelo Ministério da Infraestrutura.
É sem dúvida uma péssima notícia para Belo Horizonte, mas um desafio que vai continuar e precisamos enfrentar de cabeça erguida. Foram seis meses de negociações em busca de um formato, de um acordo para que pudéssemos liberar o dinhero que é de Minas Gerais, das multas das ferrovias da Centro Atlântica, mas infelizmente a antecipação de um formato que não era o que estava à mesa acabou gerando um problema com o Ministério da Economia, que recuou na autorização, disse Viana.
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Assim que a imprensa começou a divulgar, especialmente a imprensa nacional, outras pastas, outros parlamentares, começaram a questionar sobre o teto de gastos. Resultado: agora teremos que lutar no Orçamento do ano que vem para que o metrô possa ter de fato a sequência do projeto. Eu acredito também que o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem que vir a público se posicionar. Minas Gerais precisa ser tratada com mais respeito nessa questão. Afinal de contas, são 30 anos esperando uma decisao sobre o metrô da capital, completou.
O problema para garantir os recursos para a obra se deu pois o dinheiro prometido (cerca de R$1,2 bilhão), que viria de uma multa paga pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA), em 60 parcelas (pelos próximos 5 anos), não poderiam ser retidos em uma conta do BNDES e destinados para a obra na capital mineira sem passar pelo orçamento federal, como foi prometido pelo governo federal. Entenda os entraves para a liberação do dinheiro para o metrô.
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