Valor Econômico – O leilão de três terminais portuários no Amapá, Bahia e Ceará, realizado na sexta, teve como vencedores a Caramuru, a Intermarítima Portos e Logística e o grupo Tergran, formado por M. Dias Branco, a Grande Moinho Cearense e a J. Macêdo. Apenas um dos terminais, o de Salvador, foi alvo de disputa. Nos demais, houve só um interessado. Ao todo, foram contratados investimentos de R$ 106,6 milhões nos três ativos. A arrecadação total de outorgas somou de R$ 38,85 milhões – valor que será destinado às autoridades portuárias.
A maior outorga foi oferecida pela Intermarítima, que irá desembolsar R$ 32 milhões para operar por dez anos o terminal de carga geral no Porto de Salvador. Além das outorgas, o grupo terá investimentos de R$ 17,7 milhões no ativo. A maior parte dos recursos virá do próprio caixa do grupo, afirmou o diretor-presidente da empresa, Roberto Zitelmann.
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O objetivo da companhia é utilizar o terminal para transportar contêineres e cargas de projetos, em especial aquelas ligadas ao setor eólico, que é forte na região.
A empresa derrotou dois concorrentes – a Wilson Sons e a Martins Medeiros – e, para levar o ativo, triplicou a oferta inicial de outorga, na etapa de disputa por viva-voz. Além da vitória no leilão, a Intermarítica teve outra conquista na semana passada, com a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da aquisição do do Terminal Marítimo Gerdau (TMG), também no porto de Salvador.
O leilão dos outros dois terminais licitados não teve concorrência e foi previsível. O grupo Caramuru conquistou o arrendamento do terminal no Porto de Santana, no Amapá, destinado à movimentação de farelo de soja. Como a empresa já atua na área, sua vitória já era esperada no mercado. Sem disputa, a companhia ofereceu outorga de R$ 5,85 milhões pelo contrato, que terá duração de 25 anos. Ao todo, estão previstos investimentos de R$ 41,3 milhões.
A Tergran (Terminais de Grãos de Fortaleza) conquistou o contrato para operar um terminal no Porto de Fortaleza, no Ceará, destinado à movimentação de grãos. O grupo tem como sócios três grandes companhias de moagem de trigo, que atuam na região.
“São empresas controladas por cearenses, que criaram a Tergran há 25 anos, o que permitiu que o Estado se tornasse o segundo maior polo de moagem de trigo do Brasil. Com o terminal, pretendemos ampliar a eficiência e tornar Fortaleza novamente em um exemplo de operação portuária de importação de grãos”, disse Irineu Pedrollo, assessor da presidência da Tergran.
O grupo foi o único a apresentar uma proposta e ofereceu uma outorga de R$ 1 milhão para operar o terminal por um prazo de 25 anos. Estão previstos investimentos de R$ 47,6 milhões ao longo do contrato. Para fazer frente aos compromissos, os acionistas do Tergran deverão fazer uma injeção de capital.
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