Valor Econômico – A Vale reduziu para 370 milhões de toneladas a estimativa de capacidade de produção de minério de ferro da empresa em 2022. O número anterior era de 400 milhões de toneladas para o ano que vem, volume esse que agora não tem horizonte definido. Será atingido “a médio prazo”, disse a mineradora. A redução se deve à previsão de crescimento mais gradual da produção em Carajás (PA). A companhia vai terminar 2021 com capacidade de 343 milhões de toneladas.
A estimativa foi apresentada ontem em encontro virtual da diretoria da empresa com analistas de bancos de investimento. Na reunião, a Vale atualizou projeções para desembolso de caixa em 2021. Agora a empresa trabalha com um investimento de US$ 5,4 bilhões este ano ante uma estimativa anterior de US$ 5,8 bilhões. Segundo a Vale, depois de passados oito meses do ano, a empresa tem uma visão melhor sobre o quanto efetivamente será investido em 2021 e, por isso, revisou a projeção.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
As despesas com Brumadinho devem ficar entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,2 bilhões este ano, em linha com as estimativas de alguns analistas, caso, por exemplo, do Itaú BBA. A Vale anunciou ainda o desembolso entre US$ 3,8 bilhões e US$ 4,2 bilhões com o imposto de renda e o Refis em 2021.
Em relatório aos clientes depois do encontro de ontem, o Itaú BBA disse que a companhia deverá anunciar em breve dividendos extraordinários aos investidores. “A Vale espera que seu ‘dividend yield’, incluindo recompra de ações, seja semelhante ou ainda maior do que os seus pares”, disse o Itaú BBA. O BTG Pactual foi na mesma linha também em relatório. Disse que os dividendos da Vale a serem pagos no segundo semestre devem ser anunciados em breve.
O banco também mencionou a crise hídrica, objeto de análise no encontro com os executivos da Vale. Segundo o BTG, a mineradora vê impactos “limitados” da crise de energia nas operações principais da empresa.
Um dos destaques da apresentação foi o anúncio do “briquete verde”, um novo produto, desenvolvido pela empresa ao longo de quase 20 anos, que poderá reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na produção de aço dos clientes siderúrgicos da mineradora brasileira. A Vale informou, em divulgação ao mercado, que a redução de GEE ocorre porque o produto permite ao siderurgista reduzir a dependência da sinterização, processo anterior à produção do aço no qual há a aglomeração do fino de minério de ferro (sinter feed).
De acordo com a empresa, a sinterização demanda o uso intensivo de combustíveis fósseis para o alcance de uma temperatura de processo em torno de 1.300 graus centígrados. “Já o briquete da Vale é considerado um aglomerado a frio, no qual não ocorre queima, mas uma cura a uma temperatura entre 200 e 250 graus centígrados, demandando menos energia. O produto reduz ainda a emissão de particulados e de gases como dióxido de enxofre (SOX) e o óxido de nitrogênio (NOX), além de dispensar o uso da água na sua produção”, disse a empresa.
Segundo a Vale, o “briquete verde” está incluído na estratégia da companhia de reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3, relativas à cadeia de valor, até 2035.
Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/09/10/vale-reduz-meta-para-minerio-em-2022.ghtml
Seja o primeiro a comentar