Transparência pode atrair investimentos para empresas no Brasil, diz diretora da GRI

Glaucia Terreo, da GRI: empresas têm reputação que independe de cenário — Foto: Silvia Zamboni/Valor
Glaucia Terreo, da GRI: empresas têm reputação que independe de cenário — Foto: Silvia Zamboni/Valor

Valor Econômico – A melhora da transparência das empresas brasileiras deve levar ao aumento dos investimentos estrangeiros no mercado, independentemente das incertezas que rondam o país. A avaliação é da diretora da Global Reporting Initiative (GRI), Glaucia Terreo, que participou da “Live do Valor ” na sexta.

A GRI, organização internacional dedicada ao desenvolvimento de padrões para relatórios de sustentabilidade, apresentou estudo que mostra as 14 companhias brasileiras com maior nível de transparência na divulgação sobre sustentabilidade. A pesquisa foi divulgada com exclusividade ao Valor.

Segundo Glaucia, na lista há uma série de exemplos que “têm uma credibilidade, uma reputação entre investidores que independe das incertezas que temos enfrentado”.

Em termos de setores, a diretora acredita que o de energia elétrica e o de papel e celulose podem ser considerados os mais avançados em termos de transparência sobre iniciativas sociais, ambientais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

No caso de energia, isso é explicado pela maior regulação do setor. “Desde 2000, a agência regulatória exige, por exemplo, que eles prestem contas sobre sustentabilidade.” Já o setor de papel e celulose teve um contato mais cedo com a cobrança de investidores internacionais sobre informações desse tipo, considerando suas atividades como exportadoras. “Há exemplos de muitas empresas avançadas nesse setor”, avalia Glaucia.

Para Sonia Favaretto, presidente do conselho consultivo da GRI e também convidada da live, não se pode dizer que há setores “que ficaram para trás” em termos de transparência. “Está todo mundo fazendo a lição de casa, mas alguns setores têm mais desafios.” Questionada sobre o erro mais comum que uma empresa pode cometer em termos de ESG, Favaretto disse que é “não ser fiel a sua essência”. “É tentar atender a tudo, o que vai ser impossível, e não olhar para o fundamento do negócio.”

Para Glaucia, um erro comum é “andar no piloto automático” e adotar medidas na linha ESG “só porque todo mundo está fazendo”. “É preciso saber o porquê de você ter aquele gasto de tempo e de recursos”, completou.

Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2021/10/18/transparencia-pode-atrair-investimentos-para-empresas-no-brasil.ghtml

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