O Globo – O governo de Joe Biden pretende lançar até janeiro um programa global de financiamento de infraestrutura que funcionará como contraponto à Iniciativa Cinturão e Rota da China, conhecida como a nova rota da seda. Segundo um alto funcionário dos EUA, serão apresentados entre cinco e dez projetos.
O programa “Reconstruir Melhor Global” pretende conter a influência chinesa, oferecendo financiamento para projetos com padrões de trabalho mais elevados, com foco em questões climáticas e ajudando grupos desfavorecidos, como o de mulheres empresárias. Seu nome vem do slogan da campanha do presidente Joe Biden em 2020 e foi lançado pelos líderes das democracias mais ricas do mundo na cúpula do G7, no início deste ano.
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Desde então, funcionários da Casa Branca, incluindo o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Daleep Singh, visitaram países da América do Sul e da África para discutir projetos. Uma viagem adicional à Ásia já está agendada para as próximas semanas.
Em cada uma das cinco nações visitadas até agora — Senegal, Gana, Colômbia, Equador e Panamá —, as autoridades americanas identificaram cerca de dez projetos que podem ser lançados nos próximos meses como parte da iniciativa. A lista, que depois incluirá projetos discutidos na Ásia, resultará em um pequeno grupo de projetos de alto perfil habilitados a receber financiamento antecipado, disse a fonte do governo.
Construir pontes
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse nesta terça-feira que a China acredita que há “um enorme espaço” para cooperação em infraestrutura em todo o mundo.
— Diferentes iniciativas não se complementam ou substituem umas às outras — disse Wang. — O mundo precisa de esforços para construir pontes, não para explodir pontes.
Os EUA esperam que os projetos mostrem a viabilidade do conceito de “Reconstruir Melhor Global” e permitam que os países participantes avaliem o sucesso do esforço de financiamento, segundo a fonte do governo.
A Casa Branca espera que a iniciativa possa ajudar nações democráticas a conterem o enorme programa de US$ 1 trilhão de Pequim para financiar projetos de infraestrutura nos países em desenvolvimento. Biden disse esperar que, envolvendo o setor privado, insistindo em transparência e oferecendo financiamento de capital, os EUA e outros países possam oferecer um caminho de desenvolvimento preferível ao financiamento de dívida onerosa usado pelos chineses.
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