G1 – O governo de São Paulo pretendia arrecadar R$ 1 bilhão com a venda de nomes de estações do Metrô de São Paulo para empresas privadas, mas não conseguiu alcançar a meta por falta de interessados.
A licitação para a venda de “naming rights” foi aberta em maio de 2021. Estavam previstas no acordo seis estações: Saúde, da Linha-1 Azul; Brigadeiro e Consolação, da Linha 2-Verde; e Penha, Carrão e Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha.
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Mas na primeira rodada de negociações, apenas a estação Carrão foi arrematada por uma empresa de marketing, que utilizou o nome da rede atacadista Assai.
O valor do acordo foi de R$ 168 mil por mês. O valor equivale às tarifas de 1,5 mil passageiros em um dia útil, em uma estação onde mais de 36 mil pessoas embarcam em média por dia.
O Metrô fez mais uma tentativa com as outras quatro estações. Desta vez, só a Saúde foi arrematada pela mesma empresa de marketing. O nome escolhido foi o da rede de farmácias Ultrafarma. O valor pago foi ainda menor, de R$ 71,9 mil por mês.
O montante equivale a 680 passageiros por dia útil, em uma estação onde embarcam 22 mil pessoas todos os dias.
Com a mudança, os passageiros passaram a ver as marcas em placas e nos mapas, que foram trocados com os novos nomes. Há também a realização de ações promocionais. Os usuários, no entanto, afirmam que nada mudou na qualidade do serviço oferecido.
“A condução está muito ruim, muito precária. [Precisa] colocar mais trens, mais metrôs. Você vê isso aqui de manhã… é horrível, gente, é horrível”, diz a passageira Rosimeire Cândido na estação Carrão.
O diretor comercial do Metrô, Claudio Ferreira, afirmou que os valores foram estipulados por uma consultoria externa. “Essas seis estações que foram licitadas têm características diferentes e público-alvo. Foi um ensaio, com resultado positivo, e a partir daí vamos licitar outras tantas”, disse.
Durante a pandemia, com o movimento menor, o Metrô arrecadou menos do que costumava com a venda de passagens e com o aluguel dos espaços nas estações. Mas nos anos anteriores, essas receitas vinham crescendo.
Marcus Quintela, diretor da FGV Transportes, acredita que com a retomada da economia a arrecadação do Metrô deva voltar ao que era antes. Diz ainda que, no caso da venda dos nomes das estações, o negócio não pode ser bom só para as empresas.
“Qualquer recurso que entre tem que ser bem gerido, cabe também ao metrô, no caso das linhas 1, 2 e 3, que ainda estão sob a gestão do estado, avaliar também se esses valores compensam. O benefício grande será para aquele que está expondo sua marca. para o metrô é pouca coisa em termos de percentuais da receita operacional”, disse Quintela.
Há quatro nomes de estações do metrô de São Paulo que foram dados gratuitamente a clubes de futebol (privados), e agora a empresa lamenta que não arrecada com naming rights.