Construtora Queiroz Galvão passa a se chamar Álya

Valor Econômico – A Construtora Queiroz Galvão passará a se chamar Álya. O novo nome faz referência a uma estrela e marca o que a companhia considera um novo ciclo de crescimento, após anos de crise. A empresa terminou 2021 com uma carteira de obras de R$ 3 bilhões e está perto de fechar outros três contratos, que poderão adicionar mais R$ 2 bilhões à carteira, segundo uma fonte.

A mudança de nome da companhia segue um padrão que tem se repetido entre os grupos envolvidos na Operação Lava Jato: nos últimos anos, a Odebrecht virou Novonor; a Camargo Corrêa se tornou Mover; a OAS mudou para Metha e a nova construtora do grupo se chama KPE.

No caso da Álya, a alteração começou a ser estruturada no fim do ano passado. A decisão partiu da avaliação de que a construtora chegou a um estágio de maturidade, com uma dívida reestruturada e uma carteira de projetos em expansão, segundo a fonte.

A companhia prevê voltar a ampliar sua receita neste ano. A construtora, que já faturou R$ 6,4 bilhões em 2014, registrou receita operacional líquida de R$ 1,1 bilhão no ano passado, em linha com o resultado de 2020. A série de prejuízos registrados pela companhia nos últimos anos ainda não foi revertida. Porém, a projeção traçada para 2022 é otimista – a meta é dobrar o faturamento neste ano.

A Queiroz Galvão tem conseguido conquistar obras importantes. Em 2021, a principal delas foi a construção de um trecho da transposição do rio São Francisco, o ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte – um contrato de R$ 1,15 bilhão. No ano passado, a empresa também venceu a concorrência do VLT de Santos (obra de cerca de R$ 240 milhões) e de um trecho da linha 15-Prata do Metrô de São Paulo (de R$ 460 milhões).

Nos próximos meses, a expectativa é fechar mais três contratos relevantes, que poderão agregar mais R$ 2 bilhões à carteira. Os novos projetos estão nos segmentos de óleo e gás, siderurgia e segurança hídrica.

A construtora tem prospectado obras em diversas áreas, com foco em energia elétrica – construção de usinas térmicas e linhas de transmissão -, rodovias e mobilidade urbana. Os setores de ferrovias (que tem passado por diversas renovações antecipadas) e de saneamento básico (alvo de diversas novas concessões) também estão no radar. A prioridade são projetos de maior porte e complexidade.

Uma estratégia que tem sido adotada pela empresa é firmar parcerias com operadores antes da realização dos leilões – não como sócia no capital, mas para apoiar a estruturação da oferta e, caso o grupo saia vencedor na disputa, executar a obra. Neste momento, a companhia tem projetos nesse sentido para leilões de energia elétrica e rodovias.

Além da Álya, o grupo Queiroz Galvão reúne outros negócios, como a Enauta (de óleo e gás), a Vital e a Orbis (ambas de saneamento), a QGDI (braço imobiliário, que está em recuperação judicial), entre outros. A construtora, que já respondeu por 59% do faturamento do conglomerado em 2014, hoje representa 18%.

O grupo foi um dos que conseguiu reestruturar suas dívidas bilionárias sem ter que recorrer à recuperação judicial. No fim de 2019, a Queiroz Galvão renegociou um endividamento de R$ 8 bilhões: se desfez de seu braço de energia para quitar uma parcela e reperfilou o pagamento do restante em 18 anos. Hoje, a situação está equacionada, e a companhia vem cumprindo o pagamento das parcelas semestrais, segundo um executivo.

Para ele, a situação dá conforto para a construtora conquistar novos contratos, dado que, no setor privado, a principal preocupação já não é mais a questão reputacional – como era em 2015, 2016 – mas sim a segurança financeira do grupo. Hoje, a alavancagem da construtora é de 0,25 vezes, afirma. A fonte diz que a companhia ainda não voltou a contrair crédito junto aos bancos, mas tem conseguido financiamento de equipamentos junto a fornecedores, o que já é suficiente para viabilizar obras.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/04/05/construtora-queiroz-galvao-passa-a-se-chamar-alya.ghtml

2 Comentários

  1. Bom dia tudo bem, desejo um ótimo final de semana pra você e família 🙏!
    Gostaria de saber qual a diretoria responsável por negociar área nobres na capital de são Paulo.

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