G1 – Estudos sobre o projeto para a construção da Nova Ferroeste, detalhado pelo Governo do Paraná nesta sexta-feira (1º), preveem até R$ 143 milhões em compensações ambientais.
O custo total da obra é estimado em R$ 29,4 bilhões e prevê ligação de mais de 1,3 mil quilômetros entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e Paranaguá, no litoral paranaense, com um ramal para Foz do Iguaçu, no oeste do estado.
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O objetivo da obra, segundo a Ferroeste, é escoar a produção de Mato Grosso do Sul por trens até o Porto de Paranaguá.
Atualmente, o projeto está em fase de obtenção da licença prévia ambiental. Como o estudo dos impactos ao meio ambiente foi aceito pelo Ibama, o cronograma prevê, na sequência, a discussão do assunto junto à população.
A nova ferrovia vai passar por 49 cidades, e seis delas devem receber as audiências públicas nas próximas semanas. Ainda não há datas para a realização das audiências, em que os moradores poderão propor alternativas ou questionamentos ao projeto.
A ferrovia atual, inaugurada em 1885, apresenta diversos problemas, como mostrou a série Novos Trilhos, da RPC.
O empreendimento da nova Ferroeste deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo trimestre desse ano, segundo o governo do Paraná. O vencedor do leilão poderá executar a obra e explorar o trecho por 70 anos.
Conforme anunciado nesta sexta-feira, com a ferrovia atual, um trem carregado com grãos ou proteína animal leva cinco dias para percorrer 600 quilômetros entre a região Oeste e Porto de Paranaguá. Com a nova ferrovia, a promessa é diminuir essa viagem para 20 horas e baratear os custos com transporte.
O coordenador de plano ferroviário Luiz Henrique Fagundes comentou que a previsão é de que as obras comecem a partir de 2025.
“Com o projeto executivo e a licença de instalação, iniciamos as obras, que imaginamos a partir de 2025. Imaginamos que até o final de 2029, vamos estar conectando Cascavel ao Porto de Paranaguá”, disse.
Estudo de impacto ambiental
O relatório de impacto ambiental do projeto foi aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em janeiro e, conforme o governo estadual, foi distribuído para 49 prefeituras, sendo 41 do Paraná e oito do Mato Grosso e para mais 11 entidades.
O relatório com mais de 3 mil páginas estava em análise desde novembro de 2021, quando foi protocolado pelo Governo do Paraná.
O estudo, segundo o governo, foi conduzido por uma equipe multidisciplinar com 150 pessoas da Fipe, responsável pela coleta e análise dos dados. O relatório tem dados referentes a ruído, formação das cavernas e vida animal na extensão do futuro projeto.
Os estudos de viabilidade, conforme governo do estado, apontam a circulação de cerca de 38 milhões de toneladas de grãos e contêineres refrigerados no primeiro ano de operação.
Conforme o governo, a legislação prevê entre 0,1% e 0,5% do valor total do empreendimento para Unidades de Conservação interceptadas e influenciadas pela obra.
Ainda conforme detalhamento, o dinheiro da compensação ambiental pode ser destinado a regularização de reservas legais, recuperação de áreas degradadas, ou no desenvolvimento de Planos de Manejos e Zoneamentos Ecológicos-Econômicos.
Também pode haver destinação de parte dos valores para apoio a pesquisas acadêmicas e implantação de programas de educação ambiental e turismo ecológico para a formação de mão de obra para potencializar a área, além da promoção das culturas dos povos tradicionais do Litoral.
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