Valor Econômico – O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), praticamente descartou a possibilidade de uma tarifa zero no transporte público subsidiada por Estado e prefeitura de São Paulo para o ano que vem. Ele acenou com o congelamento das tarifas de ônibus, Metrô e Trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) como alternativa.
Tarcísio disse que tem debatido o tema com o prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB), que já afirmou publicamente ter encomendado um estudo para a São Paulo Transporte (SPTrans) analisar a viabilidade financeira e jurídica da proposta. Nunes é pré-candidato à reeleição. A prefeitura é responsável pela operação das linhas de ônibus da cidade de São Paulo. Já o governo do Estado responde pelo Metrô na capital paulista e trens e ônibus da região metropolitana.
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“O congelamento nós discutimos com o prefeito, existe a minha disposição e a dele de fazer, eu acho uma coisa muito viável, é questão de acertar o tamanho do subsídio, mas acho muito viável de acontecer” disse Tarcísio. “E a tarifa zero acho uma coisa muito mais difícil, muito mais desafiadora, com muito mais responsabilidade, a gente vai ter que sentar [para conversar com a prefeitura]”, afirmou o governador após participar de painel sobre infraestrutura em evento realizado na B3, nesta quarta-feira, em São Paulo.
O governador eleito disse também que o leilão do trecho Norte do Rodoanel será promovido em março de 2023. O edital lançado pelo atual governo Rodrigo Garcia (PSDB) foi suspenso em abril deste ano por falta de empresas interessadas na parceria público-privada.
Secretariado
A futura gestão econômica paulista receberá integrantes do governo Jair Bolsonaro. Durante o seminário, Tarcísio anunciou que criará uma secretaria dedicada a projetos de investimento que será comandada por Rafael Benini, ex-diretor da Empresa de Planejamento e Logística.
Está previsto também o anúncio do secretário da Fazenda e o mais cotado é Samuel Kinoshita, ex-assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes. Kinoshita comandou toda a área econômica do programa de governo de Tarcísio, integra a equipe de transição e foi indicado para participar da campanha pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A ideia era elaborar um programa alinhado ao governo federal.
O ministro Paulo Guedes foi convidado para a Secretaria da Fazenda de Tarcísio, mas deve atuar à distância, como conselheiro da gestão. Guedes e Tarcísio almoçaram juntos ontem em um restaurante no centro de São Paulo.
O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, será secretário de Gestão e Governo Digital. O atual secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, assumirá a Secretaria de Relações Internacionais.
O próprio coordenador da transição, Guilherme Afif Domingos (PSD), que também trabalhou como assessor especial de Guedes, é cotado para ocupar uma Pasta. Para a presidência da Sabesp, Tarcísio já disse que pretende indicar André Salcedo, ex-diretor do Ministério da Infraestrutura.
Os bolsonaristas, no entanto, são minoria no primeiro escalão do futuro governo de São Paulo.
Na terça-feira (6), Tarcísio esteve com Alexandre de Moraes, que é visto como um “inimigo” por bolsonaristas, na cerimônia de posse de dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. A conversa animada entre ambos, com os dois fotografados dando risada, gerou novas críticas nas redes sociais dos chamados bolsonaristas “raiz”. Tarcísio conversou também com outros ministros, do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes. O presidente Bolsonaro participou da cerimônia, mas permaneceu calado durante todo o evento.
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