G1 – O governador do Piauí, Rafael Fonteles, solicitou à Assembleia Legislativa do Estado (Alepi) autorização para contratar um empréstimo de R$ 100 milhões destinado à aquisição de composições ferroviárias do tipo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para a cidade de Teresina. O projeto faz parte do Programa Novo PAC – Mobilidade Urbana Sustentável – Renovação de Frota, do Ministério das Cidades, e visa melhorar e expandir o sistema metropolitano da capital.
O Metrô de Teresina tem enfrentado constantes problemas técnicos. Na última segunda-feira (10), uma falha no sistema elétrico forçou uma parada de urgência na estação do bairro Matinha, na Avenida Miguel Rosa, Zona Norte.
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Passageiros foram obrigados a descer e procurar alternativas de transporte. Na mesma semana, o veículo teve problema também nos freios e precisou paralisar o serviço.
Wilson Martins, presidente da Companhia Ferroviária e Logística do Piauí (CFLP), declarou que os VLTs, com quase oito anos de uso, necessitam de manutenção constante. De acordo com o presidente, são três VLTs, cada um com três carros, e que a oficina funciona 24 horas por dia em sistema de plantão para sempre ter veículos disponíveis.
“Sempre dois estão prontos para rodar, mas ocasionalmente enfrentamos dificuldades. Um problema que temos é a manutenção da linha que é compartilhada com a Transnordestina. Os trens de carga são 50 vezes mais pesados do que os nossos. A linha, que já é velha, fica sinuosa e precisamos ajustá-la toda vez que o trem de carga passa. As vezes não conseguimos fazer a manutenção e acontecem os problemas como na semana passada”, disse.
O pedido de empréstimo de R$ 100 milhões visa financiar a aquisição de novas composições ferroviárias e a extensão da linha para novos bairros na Região Sudeste de Teresina. O projeto inclui a melhoria da Linha 1 – Sudeste, prometendo reduzir o intervalo entre os trens e aumentar a capacidade de passageiros. A CFLP será responsável pela execução do programa, utilizando sua experiência atual na operação do metrô.
“A aquisição de VLT aumentará mais ainda a captação de passageiros, não apenas pela melhoria ou ampliação da infraestrutura, mas principalmente pela aquisição de novos VLTs para captar a demanda existente na região, reduzir o tempo de espera e promover a integração com o modal rodoviário,” destacou Fonteles.
“O projeto de expansão e melhoria do sistema ferroviário de passageiros visa proporcionar uma alternativa acessível à população de baixa renda e suprir parte da deficiência do sistema de transporte coletivo de Teresina”, disse ele.
Ainda de acordo com Wilson Martins, a médio prazo está em andamento uma obra financiada pelo programa Mobilidade Urbana Sustentável, com um investimento de R$ 190 milhões, que prevê a troca dos trilhos atuais por trilhos mais fortes e a substituição dos dormentes de madeira por dormentes de concreto armado. A obra, que deve durar dois anos, também inclui a construção de uma nova ponte sobre o Rio Poty e melhorias na infraestrutura da linha.
“Estamos substituindo 30 mil dormentes e preparando a linha para uma segunda fase do projeto, que inclui a construção de uma nova ponte. Este é um projeto que faz parte do PAC Mobilidade, com um investimento total de R$ 237 milhões. Nosso objetivo é que, em quatro ou cinco anos, o metrô de Teresina esteja à altura dos melhores do Brasil.”
Expansão e duplicação
Em março, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), assinou uma ordem de serviço para a revitalização e modernização do Metrô de Teresina, obra que prevê a duplicação da linha em todo o percurso e o aumento de 4 mil para 12 mil o número de usuários diários.
O investimento previsto é de R$ 193 milhões, a serem repassados pela Caixa Econômica por meio de contrato de financiamento com o Ministério das Cidades/FGTS.
Entre as melhorais, se destacam a duplicação da linha, que corresponde a 13,5 km, ainda na primeira fase, e o rebaixamento para a passagem inferior na Avenida Higino Cunha, que atualmente cruza o acesso à Ponte Wall Ferraz, na Zona Sul. As estações serão modernizadas e cinco novos Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) serão adicionados para facilitar a circulação dos usuários.
O projeto também inclui a construção do Centro de Controle de Operações (CCO), que fará o monitoramento de cada trem em tempo real. Além da reforma da oficina de manutenção e das estações Alberto Silva, Frei Serafim, Boa Esperança, Renascença e Itararé.
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