Área comercial de Metrô paulista tem m² mais caro que em shopping center

Atingindo R$ 910 mensais em algumas
linhas, o custo do metro quadrado (m²) de áreas comerciais dentro do Metrô São
Paulo supera o preço praticado pelos shopping centers. Segundo especialistas,
contudo, nem todos os negócios dão certo nas estações.

Segundo informações repassadas pela
empresa ao DCI, o preço para aluguel do m² nas linhas Verde, Vermelha e Azul
atingiu, em abril, R$ 910, R$ 870 e R$ 800, respectivamente. “Os preços de
aluguel em estações são em média 50% maiores que aqueles de um shopping
center”, afirmou o sócio-diretor da consultoria especializada na expansão de
redes de varejo GS&BGH, Marcos Hirai.

O Metrô paulista tem atualmente 4.700
m² em áreas comerciais ocupadas, sendo a Linha Vermelha (que conecta as zonas
leste e oeste, passando pelo centro da capital) a que concentra maior número de
negócios. No ano passado, a vertical gerou R$ 40 milhões em receitas para a
companhia. De janeiro a abril deste ano, quase metade deste valor (ou R$ 18
milhões) já foi atingido.

De acordo com Hirai, há potencial para
mais. “[Receita de] R$ 40 milhões anuais é menor que o faturamento de um
shopping. Há potencial para quadruplicar essa quantia”. Diretora de
microfranquias e novos formatos da Associação Brasileira de Franchising (ABF),
Adriana Auriemo tem pensamento semelhante. “De maneira geral, terminais de
transporte representam apenas 1% do mercado de franquias. Creio que ainda há
muito potencial para ser explorado”, sinalizou.

De acordo com os dois especialistas, a
expansão em metrôs conta com algumas vantagens; a principal delas é o alto
fluxo. No Metrô São Paulo, a média diária de passageiros por dia útil atingiu
3,7 milhões de pessoas no ano passado.

“O público é certo, com
previsibilidade dos horários de picos”, afirma Marcos Hirai, que, no entanto,
faz algumas ressalvas. “Não são todos os negócios que dão certo lá.”

“Funciona melhor o tipo de produto que
pode ser vendido rapidamente, por impulso”, afirmou Adriana Auriemo. Segundo
Hirai, lojas de alimentação rápida e de conveniência estariam nesta categoria.

Já “aquilo que depende de um pouco
mais de tempo e paciência não é recomendado”, de acordo com o consultor. Nesta
categoria entrariam lojas de vestuário, calçados, agências de viagens e
restaurantes.

Um outro entrave seria a burocracia –
que acaba contribuindo para que a opção fique fora dos planos de expansão de
grandes redes.

Tal cenário abriria espaço para
players alternativos, de acordo com Hirai. “Há empresas especializadas em abrir
lojas, muitas vezes sem marcas, nas estações. Muitas delas trabalham com comida
‘como commodity’ e se especializaram no segmento, abrindo cinco ou dez lojas”,
afirma.

A opção também é vista como
oportunidade para empresas de pequeno porte. “Muitas microempresas conseguem
[sucesso] caso operem com custos operacionais mais baixos. Ainda assim, algumas
vezes a lucratividade não compensa por conta do alto aluguel”, afirma.Adriana,
por sua vez, observa que os custos de uma loja no Metrô podem ser bem
palatáveis, dependendo do tamanho do espaço. “Geralmente as operações são
pequenas, com 4 m² ou 6 m²”.

Sócia-diretora da Nutty Bavarian, a
dirigente cita a própria rede como exemplo. “Nossos quiosques têm 2 m²”. Em São
Paulo, a marca especializada em castanhas está presente em três estações da Via
Quatro (de administração privada), além de outras três na capital fluminense.
Conforme Adriana, há expectativa da abertura de mais quatro nas duas cidades.

“Está abrindo um espaço muito grande
para franquias e coisas mais profissionais”, observou ela, não sem lembrar que
o cotidiano da operação em estações não é tão simples. “No shopping você tem
doca para abastecimento, energia constante e segurança, enquanto em estações
você está um pouco mais vulnerável”. Adriana também cita problemas com conectividade
à internet em certos locais como possível aborrecimento.

 

Em andamento

 

No Metrô paulista, a busca por
parceiros que aluguem áreas comerciais é “contínua”, conforme informações
enviadas ao DCI. “Entre o final de 2016 até abril de 2017 fizemos, por exemplo,
licitação para 106 pontos comerciais. Depois disso, lançamos projetos sazonais
(de curta duração), feiras (também de curta duração) e ações promocionais”.

No caso das licitações, a exploração
ocorre através de contratos de 1 a 5 anos de duração; mais curtas, as
autorizações para uso valeriam em períodos de 30 dias a um ano.

“Visando resultados ainda em 2018,
iremos licitar 19 pontos nos próximos três meses”, prosseguiu a nota. Cerca de
400 m² serão disponibilizados.

“E já temos previstas outras iniciativas,
como uma ação específica para estações com pouca tradição comercial, com mais
17 espaços”, concluiu a empresa, que ainda citou “casos de encerramento de
contrato com nova oferta pública ao mercado.”

 

– Fonte: https://www.dci.com.br/comercio/area-comercial-de-metro-paulista-tem-m-mais-caro-que-em-shopping-center-1.716085


Fonte: DCI

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