O Conselho de Administração da Rumo aprovou ontem um aumento de capital de R$ 2,6 bilhões através da oferta restrita de 1,04 bilhão de ações ao preço unitário de R$ 2,50 por ação. Desse montante, R$ 1,09 bilhão foram subscritos pelos atuais acionistas: a Cosan; Julia Dora Arduini e o Eminence Capital. O restante do aporte será subscrito por investidores norte-americanos, europeus e, em menor proporção, brasileiros. A liquidação física e financeira da operação será no dia 13 de abril. As ações da Rumo, que ontem fecharam a R$ 3,08, abriram em alta no pregão de hoje e na primeira hora de operação da Bovespa, chegaram a bater em
R$ 3,24% com alta de 20%.
A oferta restrita de ações ficou bem acima da expectativa inicial da companhia que havia anunciado em fato relevante no final de março a intenção de captar R$ 2 bilhões, com garantia firme de subscrição dos principais acionistas de metade desse valor. Desde meados de março os principais executivos da empresa participavam de Road Show com investidores norte-americanos, europeus e brasileiros para apresentar a proposta da Companhia. O resultado foi um sucesso e atraiu investidores estrangeiros numa proporção que nenhuma outra empresa brasileira conseguiu nos últimos 3 anos.
O aumento de capital faz parte do programa de reestruturação financeira da Rumo ALL, cuja endividamento líquido chegava a R$ 7,8 bilhões, conforme balanço da empresa em dezembro de 2015. No final de março a empresa anunciou que R$ 2,925 bilhões em dívidas junto aos bancos que venceriam entre este ano e 2018 tiveram seus prazos alongados, mediante a troca por debêntures não conversíveis em ações, com amortização em sete parcelas iguais e carência de três anos e meio após a data de emissão.
Com isso, a empresa rolou sua dívida de curto prazo ao mesmo tempo que se capitalizou para reforço de caixa e financiamento do plano de negócios da companhia. A operação financeira terá ainda uma última etapa que dependia das duas anteriores: o apoio financeiro do BNDES e de sua controlada BNDESPar, a ser submetido à aprovação da diretoria do banco.
A Rumo Logística assumiu o controle da ALL no ano passado em processo de fusão aprovado pelo Cade. A operadora ferroviária foi recebida em péssimas condições operacionais – tanto em relação à condição de via permanente como sucateamento de material rodante – e altíssimo grau de endividamento. A operação financeira de salvação da empresa foi considerada um sucesso pelos analistas de mercado. O controlador da empresa, o empresário Rubens Ometto – presidente do Conselho de Administração da Cosan – foi escolhido o Ferroviário do Ano pela Revista Ferroviária. A homenagem será em um jantar de adesão no próximo dia 14 de abril, no Espaço Casa Fasano, em São Paulo.
Adquira aqui seu convite para o Prêmio Revista Ferroviária:
Seja o primeiro a comentar