Defensor e estudioso, há 20 anos, do transporte de passageiros sobre trilhos, o diretor-técnico da Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU, Empresa vinculada ao Ministério das Cidades, Marcus Vinícius Quintella Cury, faz uma análise sobre o desenvolvimento do transporte de passageiros sobre trilhos no país, e reforça que os governos precisam colocar o sistema metroferroviário como a “espinha dorsal” das metrópoles brasileiras.
Como a CBTU é uma Empresa responsável pelo transporte metroferroviário, hoje ele vê a Companhia com uma nova missão. “Temos ambições de crescer, de obtermos mais projetos, e o Ministro das Cidades, Márcio Fortes, está sinalizando que tem interesse na expansão desses projetos”, diz.
Segundo Quintella, a CBTU trabalha atualmente com outros objetivos e perspectivas, entre elas executar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. “Temos que concluir as expansões da Linha 1 do Metrô de Belo Horizonte; o Terminal de Vilarinho; as obras de modernização do sistema. Paralelamente, concluir a Linha Centro e a Linha Sul do metrô do Recife. Estamos fiscalizando a construção dos metrôs de Salvador e Fortaleza, sistemas esses já transferidos para a responsabilidade do Município e Estado. Então, o PAC contempla , dentre os projetos prioritários de investimentos em infra-estrutura, esses quatros sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos”.
O diretor-técnico destaca ainda que a CBTU trabalha, atualmente, na implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLTs) em Recife e auxilia o Metrofor na implantação de VLTs na Linha Oeste de Fortaleza. Além dos sistema de trens urbanos de Natal, Maceió e João Pessoa, que encontram-se em plenas condições de ser as próximas cidades contempladas, enquanto o BNDES lança os Editais para estudos e implantação de Trens Regionais em 14 trechos brasileiros.
Quintella aponta outros projetos em que a CBTU vem trabalhando em parceria. Entre eles, a Linha Verde do metrô de São Paulo. “É um projeto de quase R$ 300 milhões, que a CBTU estará como gestora na aplicação do recurso, além do acompanhamento da obra pelos técnicos da Companhia”.
Em relação ao corpo técnico da Empresa, Marcus Quintella diz que mesmo com todos esses projetos em desenvolvimento, o quadro de profissionais do setor encontra-se restrito. “Perdemos profissionais importantes e ficamos com outros bons, que não conseguirão dar conta do volume de trabalho que vamos ter. Precisamos reciclar esse corpo técnico e os que virão a fazer parte da equipe, porém é necessário que o salário não esteja defasado como se encontra no momento. O profissional não é atraído pelo salário que a Empresa oferece. Isso vem dificultando bastante a ação da CBTU”.
Marcus Vinícius Quintella Cury é diretor da Companhia Brasileira de Transportes Metropolitanos.
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