O comissário europeu para a Ciência e Investigação, Janez Potocnik, defendeu hoje na Eslovénia uma maior utilização das ferrovias como meio de transporte preferencial de mercadorias e uma maior aposta nos automóveis amigos do ambiente.
Na segunda Conferência Europeia em Investigação nos Transportes Rodoviários (European Road Transport Research – Arena TRA2008) que está a decorrer em Ljubljana, Janez Potocnik admitiu que a aposta do continente em veículos mais amigos do ambiente possa trazer custos adicionais para os consumidores.
“Temos de fazer as coisas mais próximas do mercado” de modo a que as novas soluções técnicas possam ser “usadas de forma mais massiva”.
No entanto, se essa nova tecnologia for “mais cara”, não existe outro remédio que não seja manter essa aposta, mesmo que mais dispendiosa para os consumidores europeus, sustentou o comissário, que reclama uma “solução integrada” para garantir menos danos dos transportes para o ambiente.
“Temos de preparar uma resposta mais complexa com uma aposta maior nas novas tecnologias» e será necessário «canalizar mais dinheiro para esta área”, disse.
Isto é um “objectivo-chave” da Europa: o «transporte rodoviário precisa de evoluir e adaptar-se ao contexto actual” dos problemas ambientais.
Além dos automóveis amigos do ambiente, o comissário considerou que os meios preferenciais para levar mercadorias devem ser as ferrovias e o transporte marítimo.
Posição semelhante manifestou Radovan Serjav, ministro dos Transportes da Eslovénia, país anfitrião deste encontro, que admitiu mesmo a possibilidade de os camiões serem proibidos de percorrer grandes distâncias pelas auto-estradas, impondo a utilização alternativa das vias férreas ou do transporte marítimo. Em 2006, morreram perto de 43 mil pessoas nas estradas europeias, em acidentes rodoviários, recordou o comissário.
Há sete anos, a União comprometeu-se a reduzir em metade (50 por cento) o número de mortos causados pela sinistralidade rodoviária mas esse esforço apenas atingiu os 20 pontos percentuais.
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