Integrante da comitiva que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na vistoria feita hoje nas obras dos terminais marítimos e de granéis do Guarujá (SP), o empresário Olacyr de Moraes chorou quando o presidente mencionou sua iniciativa de construir a Ferronorte, ferrovia que faz parte da malha que liga o Centro-Oeste ao Sudeste e seus principais portos.
Olacyr, que ficou conhecido como o rei da soja, iniciou a construção da Ferronorte em 1988, com a ambição de trazer a soja do Mato Grosso para o Porto de Santos, no litoral paulista.
Em rápida entrevista coletiva, concedida após evento de hoje, ele lembrou que o projeto ousado quase lhe custou sua fortuna, mas, mesmo assim, se disse feliz com o avanço do transporte ferroviário no Brasil.
Me emocionei porque dediquei minha vida a essa ferrovia e quase quebrei por causa disso. Fiz uma dívida de US$ 1 bilhão e tive que abrir mão de parte das minhas propriedades para pagar os credores, disse.
Segundo Olacyr, seu projeto não era um sonho pessoal, mas um desejo do País, como, para ele, ficou provado hoje. Paguei o preço do pioneirismo, resignou-se.
Apesar de ter desmobilizado a maior parte dos seus investimentos, o empresário continua atuante e, inclusive, participa das obras dos terminais marítimo e de grãos do Guarujá, pelos quais sua construtora Constran receberá mais de R$ 100 milhões por mês.
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