Vale tenta manter ações em ferrovia

A Vale do Rio Doce apresentou no final de semana passado proposta à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) sobre sua participação na ferrovia MRS, um dos principais canais de exportação de aço do país.

A mineradora trava uma queda-de-braço com siderúrgicas pela participação que possui na MRS. A Vale detém 40% de ações na ferrovia. A Lei de Concessões determina que cada empresa só tenha no máximo 20%.

Roger Agnelli, presidente da Vale, afirma que, apesar dos 40% de participação, ela não detém o controle da ferrovia MRS, como afirmam as siderúrgicas.

Segundo Agnelli, são as siderúrgicas (Usiminas, CSN e Gerdau) que detêm o controle da MRS, já que possuem os 60% restantes de participação. Tanto que, de acordo com Agnelli, os principais cargos da MRS são ocupados por ex-funcionários das siderúrgicas -o atual presidente, Júlio Monteiro, por exemplo, é ex-funcionário da Gerdau.
Dessa forma, a Vale acha que não é necessário se desfazer da sua participação na ferrovia, como determinou a SDE (Secretaria de Direito Econômico). Para Agnelli, há várias alternativas, mas as siderúrgicas não aceitaram nenhuma proposta da Vale.

O presidente da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, diz que aceita negociar uma solução, desde que sejam respeitadas as normas estabelecidas pela própria ANTT, na época da privatização da MRS, de que ninguém poderia ter mais de 20% de participação. `Temos que buscar o entendimento, mas se respeitando as normas da privatização.`

Além da ANTT, o Cade também precisa se pronunciar sobre o caso. A SDE emitiu um parecer determinando que a Vale venda a parte que exceda os 20% de participação na MRS.

Fonte: Folha de S. Paulo