Quem for à Feira Negócios nos Trilhos, organizada pela Revista Ferroviária, entre 4 e 6 de novembro, terá a oportunidade de conhecer o projeto brasileiro da locomotiva diesel-elétrica fabricada pela EIF: a EIF-1000, que lembra as G-10, da GE, as manobreiras mais usadas em siderúrgicas. A máquina, com índice de nacionalização que permite sua compra via Finame, foi desenvolvida para atender os segmentos ferroviários de passageiros e cargas, além de efetuar manobras.
Segundo os diretores da EIF, Carlos Braconi e João Gemma, “A locomotiva EIF-1000 – inteiramente fabricada por brasileiros – pode ser utilizada no sistema ferroviário da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) tracionando trens de passageiros no Nordeste e também pode ser usada para transporte de carga na Transnordestina ou em ferrovias similares, além de efetuar manobras”, garantem os executivos.
EIF-1000 já tem três máquinas vendidas à Companhia Siderúrgica Nacional. A primeira, produzida na fábrica em Paulínia (SP) de acordo com as especificações do cliente, está quase pronta e recebe os toques finais em Campinas. Ainda sem pintura, chama a atenção por uma sucessão de luzes nas cores azul, vermelho, verde e amarelo em ambos os lados da cabine. A luz azul é acesa quando a máquina anda, a vermelha indica frenagem e as verde e amarela mostram a direção em que se desloca. Outras duas locomotivas começarão a ser construídas para a usina de aços longos da CSN no começo do próximo ano e deverão ser entregues no prazo de oito meses. As máquinas são bem simples, não têm microprocessador e o motor diesel não é eletrônico. “Podemos colocar motor diesel eletrônico, com melhor controle de emissão, economia de combustível, mais eficiência e microprocessador para controlar toda a parte eletro-eletrônica da máquina. Essa seria a configuração mais moderna e é possível, mas a CSN optou pelo projeto tradicional que funciona sem sustos”, explica Gemma.
A EIF-1000 começou a ser testada este mês e tem bitola de 1m60, mas pode tracionar vagões de bitola estreita, desde que haja terceiro trilho (duas bitolas na mesma via). Para isso a locomotiva é dotada de dois engates em posições diferentes. A EIF-1000 pesa 100 toneladas e pode chegar a 80 km/h. Seu papel na CSN será tracionar os vagões torpedo que transportam o ferro-gusa fundido. Em linha ela poderia tracionar de seis a oito vagões de 100 toneladas cada um. A faixa de preço de uma manobreira desse tipo varia entre 1,5 e 1,8 milhão de dólares. Com essas máquinas o Brasil passa a produzir locomotivas para praticamente todo tipo de necessidades do setor.
A EIF apresentará, também, na ocasião, produtos de sua representada Gardner Denver, como o compressor GD nas potências de 25 a 100 HP, nas configurações de resfriamento a ar ou a água para aplicação em locomotiva, além de peças e componentes, serviços de assistência técnica e garantia, manutenção e reparos.
O estande da EIF terá o layout da locomotiva 1000 estilizada. Nela estará exposto, ainda, o compresso GD. Uma equipe formada por profissionais das empresas parceiras EIF, GD e FMR Serviços Rodo Ferroviários estará à disposição dos visitantes, durante os três dias de evento, para dar todas as informações sobre as atividades, projetos e perspectivas das companhias na área ferroviária a médio e longo prazo.
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