O coordenador do Movimento em Defesa do Metrô, Joceval Elias Tibúrcio, anuncia que os trabalhadores do setor vão cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o compromisso público de um cronograma de repasses de verba sem interrupções e a conclusão até o final do seu mandato, este ano, do projeto original, que prevê 12 quilômetros de extensão na primeira etapa da obra. Uma manifestação está sendo preparada para o momento da visita de Lula.
O coordenador do movimento reclama da paralisação das obras. Até 2003, chegaram a dezoito as frentes de trabalho, oferecendo perto de dois mil empregos diretos e quase cinco mil indiretos.
— A partir daí começaram os contingenciamentos, que chamamos de palavra maldita, e as demissões foram se sucedendo, até que chegou ao ponto zero — revela.
Recentemente, alguns canteiros abandonados precisaram da instalação de cercas elétricas para não terem os seus equipamentos roubados.
Projeto foi apelidado de `metrô calça-curta`
Uma revisão feita pelo governo federal encurtou pela metade o projeto, que já foi apelidado de “metrô calça-curta”.
— Isso é um absurdo, é jogar dinheiro fora. Em lugar nenhum do mundo existem seis quilômetros de metrô, só na Bahia. Isso não atenderá à demanda, nem aos objetivos da obra — critica Joceval, avisando que o movimento não permitirá que o PT tire novamente proveito político eleitoral do projeto como ocorreu na campanha municipal, há dois anos.
Afonso Celso Santana, presidente da associação de moradores do bairro de Plataforma, no subúrbio ferroviário, que espera ser beneficiado com o novo transporte de massa, diz que o deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) fez promessas de expansão do metrô na campanha para a prefeitura, em 2004, afirmando que falava em nome do presidente Lula. Agora, será cobrado por isso.
— Estamos mobilizados. Eles, do PT, prejudicaram a obra o tempo todo. Agora, vêm de salvador da pátria, achando que somos abestalhados, não esquecemos nada — diz Santana.
Joceval afirma também que o ex-ministro das Cidades Olívio Dutra chegou a afrontar os baianos, dizendo que não liberaria recursos para a continuidade dos trabalhos.
Governo encurtou metrô de Salvador pela metade
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