Os pesados investimentos feitos pelo governo estadual no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não resultaram até o momento em maior conforto para os passageiros paulistanos. Os vagões continuam lotados e os incidentes se repetem.
“Estamos pagando o preço do sucesso”, declara o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Em dois anos, diz, o número de passageiros transportados sobre trilhos na área metropolitana de São Paulo passou de 5,9 milhões para 7,3 milhões por dia. Um acréscimo de 1,4 milhão de passageiros no período, calcula.
A sobrecarga dos trens do Metrô e da CPTM, acredita o secretário, é, na maioria das vezes, consequência dos congestionamentos nas ruas de São Paulo, que impedem que os transportes coletivos sobre rodas ganhem velocidade superior a 15 quilômetros por hora. Em uma tentativa de desafogar a lotação dos trens da CPTM, o governo de São Paulo decidiu oferecer aos passageiros que desembarcam no Largo 13, em Santo Amaro, na zona sul, integração gratuita com 55 linhas de ônibus urbanos. “Mas, em vez de os passageiros seguirem seus trajetos por ônibus, preferem tomar os trens da CPTM para chegar mais rápido aos seus destinos.”
Para Fernandes, a boa qualidade nos transportes só será alcançada por meio de um esforço conjunto do governo do estadual e das prefeituras da área metropolitana de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o prefeito Fernando Haddad (PT-SP) já se mobilizam para as ações conjuntas. Parceria firmada com o governo estadual, anunciada terça-feira, prevê a implantação de um corredor metropolitano para a ligação do ABC e Guarulhos com São Paulo. A obra está orçada em R$ 137,5 milhões e deve ser iniciada em dezembro.
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