Dois anos depois de prometer R$ 1 bilhão a fundo perdido para a construção do metrô de Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff voltou à capital gaúcha para anunciar a complementação da verba para tirar o projeto do papel.
A obra, orçada em R$ 4,843 bilhões, terá de 11,7 quilômetros extensão total, do Centro à zona Norte de Porto Alegre.
Modelagem financeira:
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> Custo total: R$ 4,843 bilhões
> Recursos públicos: R$ 3,540 bilhões
> Governo federal: R$ 1,770 bilhão (recursos OGU a fundo perdido)
> Governo estadual: R$ 1,080 bilhão (financiamento)
> Prefeitura de Porto Alegre: R$ 690 milhões (financiamento)
Demais investimentos da prefeitura:
> Desapropriações: R$ 195 milhões
> Contraprestação durante a operação (25 parcelas anuais de R$ 20 milhões a partir da operação): R$ 500 milhões
Dilma destacou os investimentos em infraestrutura feitos pelo governo federal e falou do aumento do número de engenheiros formados como um sinal de avanço do país na área de tecnologia, impulsionado pelas obras do governo.
— Uma obra desse porte [o metrô de Porto Alegre] só sai se o Rio Grande pegar junto, mas, também, se o Brasil pegar junto — disse a presidente.
Dilma lembrou que os investimentos em mobilidade urbana fazem parte dos cinco pactos anunciados após os protestos de junho.
— Brasil cresceu aceleradamente nos últimos 10 anos, e as pessoas querem serviços públicos de qualidade. Elas não querem voltar ao passado, querem é avançar para o futuro.
A petista disse que o país não recebia investimentos nesta área há “30 ou 40 anos”, pois não havia cultura, dinheiro e engenheiros.
— Nós colocamos na pauta a mobilidade urbana e demos prioridade ao metrô. É impossível não construirmos metrô — ressaltou, afirmando que a obra é prioridade para as grandes cidades.
Também falou sobre as manifestações:
— Temos escutado as vozes das ruas e entendido a necessidade de avançar. (…) Acredito que a população não apoia atos de vandalismo e destruição do patrimônio público e privado.
Em seu discurso, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, elogiou os esforços da União e do Piratini para viabilizar a obra, destacando que, “quando o Rio Grande se une, as coisas acontecem”.
— O metrô não é de Porto Alegre. O metrô é da capital de todos os gaúchos.
Pela nova Proposta de Manifestação de Interesse (PMI), as empresas interessadas no projeto terão 90 dias para apresentarem estudos, na etapa anterior à licitação. O objetivo é garantir transparência, segurança e sustentação técnica.
— Tenho certeza que logo vão dizer que a obra está atrasada. (…) Uma obra como esta requer cautela, cuidado e, principalmente, amor ao cuidado com o uso do dinheiro público — disse o governador Tarso Genro.
Antes da fala de Tarso, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, fazendo uma referência ao Hino Rio-grandense, disse esperar que o metrô de Porto Alegre “sirva de modelo a todo o Brasil”. Ele ainda confirmou investimento de R$ 200 milhões em 52 quilômetros corredores exclusivos de ônibus e outras obras de mobilidade urbana em Alvorada, Eldorado do Sul, Guaíba, Porto Alegre e Viamão. O governo estadual terá contrapartida de 25%.
Além de Ribeiro, mais três ministros integraram a comitiva: Helena Chagas, da Comunicação Social, Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, e Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário.
Primeiro a falar, Pepe destacou que “não é mais novidade” a entrega de máquinas pela presidente. Lembrou que, só neste ano, Dilma já esteve três vezes no Estado para realizar o repasse dos equipamentos, destinados à manutenção de estradas vicinais, a municípios de até 50 mil habitantes. Um a um, representantes das prefeituras contempladas foram chamados ao palco.
— É a primeira vez na história do Brasil que temos um programa desta envergadura — disse, antes da entrega das chaves de 57 motoniveladoras.
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