Metrô de Diadema fica apenas nas promessas eleitorais

Sem nunca ter uma linha de Metrô na sua história, Diadema
chegou mais perto desse sonho por meio de cavaletes e outras peças de
propaganda eleitoral usadas em 2014. Tratava-se de uma extensão das obras do
monotrilho da Linha 17-Ouro (São Paulo Morumbi-Jabaquara), que tem trecho
inicial previsto para inauguração apenas em 2019. No entanto, segundo o diretor
de Engenharia e Construções do Metrô, Paulo Meca, a ideia está descartada.

Diante de atrasos das obras do monotrilho, Meca avaliou que
o foco do Metrô, no momento, é apenas a conclusão do projeto já licitado. “Não
tem nenhum estudo nesse momento para sequência da Linha 17 até Diadema. A gente
já tem uma boa extensão para cuidar ainda. Se no futuro efetivamente o ramal
atingir para onde está programado, quem sabe poderemos discutir essa extensão”,
pontuou.

O sonho diademense pelo Metrô nasceu por meio da ex-deputada
estadual e atual secretária municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano,
Regina Gonçalves (PV), no fim de 2013, após reunião acompanhada pelo prefeito
de Diadema, Lauro Michels (PV), com o então secretário estadual de Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Sem projeto executivo, a proposta era fazer
o monotrilho passar pela Rodovia dos Imigrantes e atravessar a Vila Élida até o
Terminal Diadema.

A sinalização do Palácio dos Bandeirantes fez com que a
hipotética chegada do Metrô de Diadema fosse a principal peça de campanha
eleitoral de Regina na tentativa de retornar à Assembleia Legislativa, na
eleição de 2014. “É realidade! Diadema terá Metrô!” foi uma das frases usadas
em imagens nas redes sociais da verde. A proposta de extensão da Linha 17
também esteve presente em banners e cavaletes na ocasião.

Hoje, Regina atribui em parte ao “esquecimento” do Metrô em
Diadema o fato de a cidade não ter um representante no Parlamento paulista.
“Fiz o que deveria fazer: brigar por investimentos pela minha cidade. Avançamos
muito com o secretário (estadual) da época, tanto que temos dotações
orçamentárias da época. Se o governo do Estado não deu sequência, prova que a
cidade precisa ter seu representante (no Legislativo)”, disse.

Em 2014, Regina angariou 58.009 votos, dos quais 36.421
vieram do eleitorado diademense. Entretanto, a contagem foi insuficiente para
retornar à Assembleia Legislativa e, no fim, a estratégia usada pela verde foi
alvo de ironias de adversários políticos, principalmente de opositores ligados
ao PT. “Em vez de fazer uma discussão pequena e superficial, a gente deveria
brigar para que isso ocorresse”, defende-se a ex-deputada.

 

Histórico

 

Com as obras iniciadas em 2013, Linha 17 enfrenta problemas
para sair do papel e teve a paralisação dos trabalhos em 2015. O Metrô
rescindiu o contrato com o consórcio responsável pela construção das estações e
do ramal, que tinha a Andrade Gutierrez como uma das integrantes. Os trabalhos
somente foram retomados em junho do ano passado, após a companhia paulista
formalizar convênio com outras empreiteiras.

Dos três trechos previstos, apenas um está em construção e
com previsão de inauguração no terceiro trimestre de 2019: da Estação Morumbi,
onde haverá conexão com a Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) da CPTM (Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos), ao Jardim Aeroporto, próximo ao Aeroporto de
Congonhas.

As outras duas etapas do monotrilho da Linha 17, da Estação
Morumbi à Estação São Paulo-Morumbi e do Jardim Aeroporto ao Jabaquara, sequer
tiveram as obras iniciadas, devido ao atraso nas desapropriações. Portanto, o
Metrô não estabelece, por ora, previsão de conclusão e entrega à operação desses
trechos. Por essa razão também, uma extensão a Diadema não deve ser cogitada
pelos próximos anos.

Fonte: Repórter Diário

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