No auge da campanha eleitoral de 2018, no segundo semestre
do ano que vem, a economia ganhará um reforço extra vindo das concessões. Nesse
período, 87 projetos já leiloados começarão a deslanchar, a partir da
assinatura dos contratos de financiamento aos projetos e liberação dos
recursos. A expectativa é de investimentos de R$ 41,6 bilhões ao longo dos
próximos anos. São projetos já dados como certos e que independem do cenário
político.
O levantamento, feito com base em dados do governo,
considera empreendimentos repassados à iniciativa privada ou que tiveram os
contratos prorrogados entre abril de 2016 e agosto deste ano. Depois do leilão
o prazo médio para que um projeto entre na fase de construção ou de
investimentos efetivos é de um ano a um ano e meio. Por isso a previsão é de
que essa injeção de recursos na economia coincida com o período imediatamente
anterior ao pleito de outubro.
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Alguns projetos já poderão testar o novo modelo de
financiamento aprovado por bancos comerciais e pelo BNDES, que permite uma
maior participação do mercado de capitais. As instituições financeiras emitem
uma carta fiança para as debêntures que serão lançadas desde o início do
projeto.
O governo ainda tem como meta licitar outros 33 projetos até
o fim deste ano, o que pode impulsionar ainda mais os investimentos entre 2018
e 2019, informou o secretário de Coordenação de Projetos do PPI, Tarcísio Gomes
de Freitas. “Os investidores internacionais já desconectaram a questão política
da economia”, afirmou Freitas ao Estadão/Broadcast.
Entre os projetos que devem concluir o ciclo de maturação
até o fim do ano que vem estão, por exemplo, duas rodovias paulistas, nove
aeroportos e sete terminais portuários (leia mais ao lado).
PIB
A expectativa é que esses projetos funcionem como alavanca
para a taxa de investimento e o Produto Interno Bruto (PIB). Nos últimos anos
houve forte retração da taxa de investimentos, que atingiu o pico de 21,8% do
PIB em 2010 e começou a cair a partir de 2013, ficando em apenas 15,4% do PIB
no ano passado.
O impacto da recuperação dos investimentos será favorável
politicamente, avalia o cientista político Murillo de Aragão, presidente da
Arko Advice. “Sem dúvida, se as concessões começarem a maturar, vai ajudar”,
afirma. Já o economista Cláudio Frischtak, sócio da Inter.B Consultoria, diz
que o grande impacto desses projetos no investimento virá a partir de 2019.
“Apesar dos esforços, tem-se hoje um conjunto de forças que conspiram contra a
ampliação dos investimentos. A realidade é que o governo cita (os projetos),
mas só vai ver resultado em termos de investimentos a partir de 2019.”
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