Quem circula
pela estação Grajaú da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos),
localizada no distrito da zona sul de São Paulo, enfrenta dificuldades de
acessibilidade. Há mais de seis meses, dois dos três elevadores não funcionam.
Quem possui
dificuldades de locomoção precisa usar as escadas fixas ou as rolantes – há
apenas uma para subir e outra para descer, e em alguns momentos também estão em
manutenção. Estão parados os elevadores que dão acesso ao terminal de ônibus e
à Rua Giovanni Bononcini.
Moradora da
Vila Natal, a dona de casa Lúcia Silva do Nascimento, 47, perdeu a visão na
adolescência e tem tido dificuldade para utilizar os trens. “É um absurdo,
porque eu e as outras pessoas com deficiência precisamos utilizar [os
elevadores], mas sempre estão em manutenção”, diz.
Para Lúcia
as escadas são opções ruins. “Podem causar acidentes. Fora a questão que os
outros usuários não respeitam. Simplesmente te levam junto e podem realmente
causar mais acidentes”, finaliza.
O único
elevador em funcionamento é o que serve para chegar na plataforma de trem, mas
para acessá-lo seria preciso usar os que estão com defeito para chegar até as
catracas.
A linha 9 –
Esmeralda, da qual faz parte a estação Grajaú, é uma das que têm maior
circulação. Só em 2017 os trens transportaram mais de 164 milhões de usuários.
As composições costumam sair e chegar lotadas no Grajaú, pois liga o bairro à
Estação Pinheiros, onde há integração com a linha 4-Amarela do Metrô.
A opção para
quem tem deficiência é pedir ajuda de algum funcionário da estação. O professor
de matemática Luiz Ferreira Bisppo, 64, tem 2% da visão e também utiliza o
trem. Ele comenta que o elevador ajuda na eficiência de se locomover, mas o que
falta também é a educação.
“Os
elevadores são para aqueles que necessitam todos os dias, e no horário de pico
é uma praticidade. Também acho que deveria ter educação dos passageiros. Se
tivesse alguma orientação. Por exemplo, um cartaz com informações educacionais
para agilidade e bom senso dos seres humanos”, diz.
Contatada
pela Agência Mural, a CPTM afirma que um elevador não funciona no Grajaú e que
a interdição ocorreu no dia 4 de maio.
A CPTM
argumenta que a paralisação é devido a atos de vandalismo, mas não detalhou
quais foram as ações. O elevador que chega ao terminal possui um aviso de
interdição. Já o que para em frente à rua não apresenta nenhum comunicado, mas
está sem botões.
Segundo a
CPTM, a reposição de todas as peças danificadas depende da aquisição por pregão
eletrônico e que o processo está no departamento de contratação e compras para
elaboração do edital do pregão. Não foi passada nenhuma previsão de quando os
elevadores devem voltar a funcionar.
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