O orçamento
previsto para a Transnordestina, que já sofreu diversas revisões desde que a
obra começou, em 2006, subiu novamente. Agora, o investimento é estimado em R$
13,6 bilhões, valor que representa aumento de 21,4% em relação aos R$ 11,2
bilhões calculados anteriormente pelo Governo Federal.
Mais R$ 2,4
bilhões serão consumidos, e não há previsão de quando o projeto, que deveria
ter sido concluído em 2010, sairá do papel. Quando os serviços foram iniciados,
o orçamento original da ferrovia previa investimento de R$ 4,5 bilhões.
Montante que, devido aos constantes recálculos, já cresceu 200% ao longo desses
12 anos. Um grande exemplo de má gestão do dinheiro público.
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Por outro
lado, apenas 52% da obra foram concluídos, de acordo com a última medição divulgada
pela Transnordestina Logística S.A (TLSA), empresa controlada pela Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN) e responsável pela construção da ferrovia.
O curioso é
que, mesmo com o déficit nas contas do Governo Federal, que neste ano deve
fechar em R$ 148 bilhões, aliado às dificuldades financeiras da TLSA em
executar a obra a empresa teve prejuízo de R$ 149,8 milhões nos últimos dois
anos sempre arranjam um jeito de “engordar” o orçamento da ferrovia.
Se um dia
concluída, a Transnordestina terá 1.753 quilômetros de extensão em linha
principal. Passará por 81 municípios, partindo de Eliseu Martins, no Piauí, em
direção aos portos do Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco.
OBRA PRECISA
SER PRIORIDADE
Empreendimento
considerado fundamental para dinamizar a economia do Nordeste e aproximar o
Brasil dos principais mercados mundiais, a Transnordestina precisa ser, entre
as mais de 2,7 mil obras paradas no País, conforme mostrou estudo da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), prioridade do próximo presidente.
Isso porque a ferrovia, uma vez operando, será sinônimo de novos negócios e
empregos, com foco na integração nacional.
No Ceará,
serão 527 quilômetros de Transnordestina, ligando Missão Velha ao Pecém e
passando por 29 municípios. Em 12 anos, apenas 15% das obras foram executados
no trecho cearense, considerado um dos mais críticos. A Transnordestina terá
capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano, com destaque para
granéis sólidos (minério e grãos).
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