A Eldorado Brasil, produtora de celulose de eucalipto
controlada pela J&F Investimentos, apresentou um conjunto de resultados
recorde no terceiro trimestre de 2018, beneficiada pelo maior volume de
produção, câmbio desvalorizado, preços internacionais da matéria-prima e queda
no custo caixa. O bom desempenho operacional se refletiu na última linha do
balanço, que subiu 16% na comparação anual, para R$ 401 milhões, e contribuiu
para a redução da alavancagem financeira para menos de duas vezes.
“A Eldorado apresentou, no terceiro trimestre de 2018,
os melhores resultados de sua história, e as perspectivas são de que mantenha o
mesmo ritmo no quarto trimestre e no próximo ano”, diz o diretor de
Relações com Investidores da companhia, Rodrigo Libaber.
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De julho a setembro, a receita líquida da Eldorado avançou
61,3%, para R$ 1,3 bilhão, a maior na história da empresa. No intervalo, a
produção de celulose alcançou 455 mil toneladas, alta de 16,5% na comparação
anual e o maior volume já produzido em um trimestre na fábrica de Três Lagoas
(MS). A unidade encerrará 2018 com produção superior a 1,7 milhão de toneladas
– a capacidade original da linha é de 1,5 milhão de toneladas anuais. As
vendas, por sua vez, cresceram 9,5%, para 447 mil toneladas.
O preço líquido médio da celulose vendida pela Eldorado no
trimestre ficou em US$ 756 por tonelada. Por não estar presente nas grandes
contas, o desconto praticado pela companhia tem ficado abaixo do concedido
pelos grandes produtores, o que ajuda a explicar o maior preço médio no
comparativo com suas pares. Ásia e EMEA (Europa, Oriente Médio e África)
responderam por 75% das vendas em volume, direcionadas principalmente a
clientes no setor de tissue (papéis para fins sanitários) e imprimir e
escrever.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda), por sua vez, totalizou R$ 921 milhões no trimestre, com
expansão de 84,2%. Preço da celulose, câmbio, volume de vendas e queda do custo
caixa – de R$ 501 por tonelada para R$ 446 por tonelada, um dos menores da
indústria – explicam esse desempenho. A redução da distância média entre
fábrica e florestas, que está em 153 quilômetros, o mais baixo na história da
companhia, foi o principal fator para redução do custo caixa.
A forte geração de caixa e a redução da dívida líquida, de
R$ 7,3 bilhões em junho para R$ 6,8 bilhões em setembro, levaram a Eldorado a
registrar o menor índice de alavancagem desde o início de operação, de 1,96 vez
em dólar ou 2,23 vezes em reais. “A companhia segue focada na sua geração
de caixa e na redução do endividamento e de sua alavancagem”, afirma
Libaber.
O retorno sobre o capital investido (ROIC) também melhorou
significativamente no trimestre, passando de 14,2% há um ano para 22,2%.
J&F e Paper Excellence, sócias na produtora de celulose, travam uma batalha
na Justiça em torno do controle da companhia, que também levou à instauração de
arbitragem. As duas sócias já indicaram um árbitro cada uma para o
procedimento, que se desenrola na Câmara de Mediação e Arbitragem da Câmara de
Comércio Internacional (ICC, na sigla em inglês), em São Paulo (SP).
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