Num cenário de quedas das cotações das principais commodities agrícolas negociadas no mundo, a receita do agronegócio brasileiro com as exportações registrou queda de 1,7% em maio em relação ao mesmo mês de 2018, para US$ 9,8 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura. Com isso, a participação dos embarques do setor no total do país caiu de 51,6% para 46,1% na comparação.
Conforme o ministério, as importações do agronegócio cresceram 9% em maio, para US$ 1,2 bilhão, e dessa forma Com o resultado, o superávit setorial caiu 2,2%, para US$ 8,6 bilhões.
“A redução das exportações ocorreu principalmente em função da diminuição do índice de preço dos produtos de exportação do agronegócio brasileiro, que declinaram 9,1%. Já o índice de ‘quantum’ (volume) contribuiu para evitar uma queda maior do valor exportado, registrando elevação de 8,1%”, disse o ministério em nota.
Entre os itens mais exportados, o “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo), que lidera o ranking das vendas externas do agronegócio brasileiro, amargou queda de 22,2%, para US$ 4,5 bilhão em maio. O recuo refletiu uma redução dos embarques de soja em grão, que renderam US$ 3,7 bilhões, 24,7% menos que em maio do ano passado. As vendas de farelo de soja caíram 17,5% para US$ 586 milhões, e as de óleo aumentaram 47,1% para US$ 168,7 milhões.
No ranking dos produtos mais exportados em maio, o destaque positivo foi a recuperação dos embarques de carnes, que atingiram US$ 1,4 bilhão, alta expressiva de 27,5% frente ao mesmo mês de 2018. Todas as carnes registraram crescimento: enquanto as vendas de frango aumentaram 27,1%, para US$ 650,4 milhões, as de carne bovina avançaram 24%, para US$ 573,3 milhões, e as de carne suína tiveram incremento de 56,5% para US$ 124,6 milhões.
“Quanto à carne suína, os casos de peste suína africana [na China] já estão gerando impacto nas exportações brasileiras”, comentou o ministério em seu comunicado mensal.
O segundo item que mais cresceu nas exportações no mês passado foram os produtos florestais: 23,6%, para US$ 1,3 bilhão. Já as vendas externas de café somaram US$ 438 milhões, uma alta de 71,7% na comparação. No caso de açúcar e etanol, houve queda de 10,3%, para US$ 619 milhões.
Principal mercado para as exportações brasileiras do agronegócio, a China, grande compradora de soja e carnes, importou do setor US$ 3,5 bilhão em maio, um recuo de 21,7% frente ao mesmo mês do ano anterior. Como efeito, a participação do país asiático nos embarques do setor também diminuiu – de 45,5%, em maio de 2018, para 36,2% no mês passado.
Nos primeiros cinco meses de 2019, as vendas externas do agronegócio brasileiro também apresentaram resultado negativo. A queda na comparação com igual intervalo de 2018 foi de 1,2%, para US$ 39,8 bilhões. As importações recuaram 0,4%, para US$ 5,97 bilhões, e o superávit setorial diminuiu 1,4%, para US$ 33,8 bilhões.
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