A Rumo, empresa de logística e concessões ferroviárias do grupo Cosan, manteve a série de bons resultados no terceiro trimestre de 2019, com um lucro líquido de R$ 366,9 milhões, 62,5% maior que há um ano.
A companhia também teve um aumento de 18,5% em sua geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que chegou a R$ 1,2 bilhão. Os números estão em linha com o esperado por analistas de mercado.
O resultado positivo reflete o maior volume transportado nas malhas ferroviárias operadas pelo grupo. A movimentação foi de 17,4 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU), performance 7,7% melhor que no mesmo trimestre do ano passado.
A alta foi impulsionada pela safra recorde de milho e por condições comerciais favoráveis, principalmente no mês de julho.
Os números seriam ainda melhores se fossem desconsiderados os efeitos da consolidação da Malha Central – concessão da Ferrovia Norte-Sul, arrematada pela Rumo em leilão neste ano. O contrato, assinado em 31 de julho, naturalmente acarreta um aumento de despesas, sem que haja a compensação de receitas, já que a ferrovia ainda não está em operação.
O impacto negativo da nova concessão foi de R$ 12,2 milhões no Ebitda (que teria crescido 19,6%) da empresa e de R$ 74,7 milhões no lucro líquido (que teria subido 94%).
Segundo a companhia, o efeito dessas despesas deverá aumentar nos próximos trimestres – em agosto, a previsão da empresa era que os investimentos mais volumosos seriam feitos só a partir de 2020. O grupo tem um prazo de dois anos, a partir da assinatura, para concluir a construção da via. A perspectiva da empresa, segundo declarações dadas por executivos nos últimos meses, é terminar a obra antes disso.
Ao vencer a disputa pela Norte-Sul, a Rumo se comprometeu a pagar uma outorga de R$ 2,9 bilhões (em valores atualizados), com um desembolso inicial de 5% do total e o parcelamento do restante em 120 vezes. Ao fim do terceiro trimestre, o saldo a ser pago era de R$ 2,73 bilhões.
O endividamento teve queda no terceiro trimestre. A dívida líquida abrangente terminou o período em R$ 6,9 bilhões, 5,7% menor que no trimestre anterior. A alavancagem (medida pela relação entre dívida e Ebitda) ficou em 1,8 vezes, abaixo das 2 vezes registradas ao fim do segundo trimestre.
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