Na sanha de resolver o problema da corrupção, a Operação Lava-Jato contribuiu para o apagão da infraestrutura no país, afirmou Ricardo Knoepfelmacher, fundador da RK Partners, na Live do Valor desta quinta-feira.
Conhecido como Ricardo K, o especialista em reestruturação de empresas comentou que a operação tem um legado agridoce, pois foi importante como uma modificação na mentalidade daqueles que entendiam que um bom plano de negócios teria o componente de corrupção envolvida, mas os juízes e o Ministério Público não se atentaram aos impactos negativos para as empresas acusadas.
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Todo o protagonismo que os juízes e o Ministério Público tiveram na operação Lava-Jato trouxe muitos excessos, afirmou. Talvez as ações tangenciaram o principal problema, que era o empresário e não a empresa. Existiam empresas de infraestrutura no Brasil que eram reconhecidas mundialmente por obras de grande porte, como hidroelétricas, e nisso a Lava-Jato não prestou atenção. Na sanha de resolver o problema, a postura foi de que isso não era um problema de quem investigava, aponta.
Segundo ele, empresas que tinham R$ 30 bilhões ou R$ 40 bilhões em obras contratadas hoje têm R$ 3 bilhões ou R$ 4 bilhões. Então, tivemos um apagão de infraestrutura que de certa forma a Lava-Jato contribuiu. De uma hora para outra, ficamos sem as grandes empresas de infraestrutura, que não tinham nem mais crédito para contratar seguros (no Brasil) ou performance bonds (nos Estados Unidos), contextualiza.
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