G1 – Após mais de 40 dias, a greve do metrô de Belo Horizonte vai chegar ao fim nesta segunda-feira (2). O anúncio foi feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), após uma assembleia dos metroviários que terminou às 19h deste sábado (30).
Segundo o sindicato dos metroviários, a discussão “não foi fácil”, mas a assembleia decidiu suspender o movimento para ser “solidários com a população trabalhadora”.
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“Nós não concordamos com a chantagem dos empresários de ônibus, que querem fazer a população sofrer. Nós achamos que o transporte é público. Por isso todas as estações estarão abertas para atender a população e para não fazer a população de refém como os empresários fazem”, disse o diretor de comunicação da entidade, Pablo Henrique, em vídeo enviado à reportagem.
A greve já era a mais longa da história em Belo Horizonte. Iniciada no dia 21 de março, ela afetou cerca de 70 mil passageiros por dia.
A CBTU disse que o metrô vai funcionar, a partir de segunda-feira, de 5h15 a 23h.
A categoria lutava pela garantia dos mais de 1,5 mil empregos após a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Minas Gerais.
O Ministério da Economia já informou que, uma vez que o metrô estiver sob a gestão do concessionário, os empregados terão direito a 12 meses de estabilidade.
Impacto para a população
Em dias úteis normais, aproximadamente 100 mil pessoas usam o metrô. Desde que a greve começou, menos de 34 mil têm se deslocado diariamente.
Apesar da determinação da Justiça para que os trens circulem nos horários de pico durante a paralisação, entre 5h30 e 10h e 16h30 e 20h, o serviço só estava funcionando das 10h às 17h, escala que atende somente 30% da demanda dos usuários.
“Muitos usuários têm questionado por que o metrô não poderia funcionar pelo menos nos horários de pico. No entanto, vejamos, no caso de uma greve em que o metrô funcionasse de manhã e de tarde até à noite, a luta dos trabalhadores não teria nenhum efeito concreto”, diz o sindicato, em nota.
A multa pelo descumprimento do horário estabelecido judicialmente é de R$ 30 mil por dia – já seriam mais de R$ 1,1 milhão, considerando todos os dias da greve. No entanto, como se trata de uma liminar, o valor ainda não está sendo cobrado.
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