Metrô CPTM – As obras da extensão da Linha 2-Verde do Metrô tem andado num ritmo bastante rápido e tem previsão de entrega em 2026. Mas isso caso um imbróglio seja de fato resolvido envolvendo o governo do estado e o Tesouro Nacional, órgão federal vinculado ao Ministério da Economia.
Trata-se de um financiamento de US$ 550 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) solicitado pelo governo no início de 2020 e que foi concedido pela Corporação Andina de Fomento (CAF), banco desenvolvimento latino-americano. Embora as condições do acordo tenham sido aprovadas entre o governo estadual e o banco, o dinheiro só pode ser liberado com aval federal. E é isso que anda emperrado na Cofiex, a Comissão de Financiamentos Externos, que tem a atribuição de avalizar os empréstimos dos entes federais.
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A razão é que qualquer endividamento de estados e munícipios tem a União (governo federal) como avalista, daí a necessidade de contar com essa aprovação. Mas, segundo o novo secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Felipe Salto, o governo Bolsonaro estaria travando esse e outros empréstimos por questões políticas. “Isso não é a área técnica, conheço todos lá (no Tesouro), que são excelentes. Só posso concluir que é um problema político”, disse ao jornal Estadão.
Segundo Salto, estão parados os empréstimos para a Linha 2 e também para a Linha 6. O financiamento do CAF consta no painel do órgão como “aguardando assinatura”. Em novembro do ano passado, o site questionou a assessoria de imprensa do Ministério que não informou qualquer prazo para que o processo fosse aprovado.
Além do acordo com o CAF, o governo paulista também deu entrada em uma nova autorização para empréstimo, desta vez com o BIRD, também conhecido como Banco Mundial, no valor de US$ 430 milhões (quase R$ 2,2 bilhões) para aquisição de material rodante (trens), sistemas e estudos. Segundo o painel do Cofiex, o pedido consta como “recebido” apenas.
Os recursos são fundamentais para viabilizar a implantação dos cerca de 8 km de vias e oito estações da expansão até Penha da Linha 2-Verde. Até o momento, o Metrô tem utilizado o caixa do governo para manter as obras, mas a fonte é limitada, portanto um atraso ainda maior na liberação dos empréstimos fatalmente afetará o cronograma de entrega.
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