Valor Econômico – Aumentos de preço em todos os negócios nos últimos trimestres mais que compensaram a maior pressão dos custos e impulsionaram o resultado operacional da Klabin entre janeiro e março de 2022, quando o lucro líquido da controladora alcançou R$ 984,3 milhões, alta de 165% na comparação anual e de 10% frente ao quarto trimestre de 2021.
A redução das despesas financeiras líquidas em 62%, para R$ 77,3 milhões, na esteira do efeito positivo da variação cambial na dívida em moeda estrangeira, também contribuiu para a melhora na última linha do balanço.
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No trimestre até março, a receita líquida da companhia avançou 28% em relação ao registrado um ano antes, para R$ 4,4 bilhões. Frente ao útimo trimestre de 2021, no entanto, houve queda de 3%, refletindo o menor volume de vendas de celulose e embalagens de papelão ondulado.
A Klabin comercializou 900 mil toneladas de celulose, papéis e embalagens nos três primeiros meses de 2022, com baixa de 1% na comparação anual e de 8% frente aos três meses antecedentes.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou 35% ante o primeiro trimestre de 2021, para R$ 1,73 bilhão, com margem Ebitda ajustada de 39%, alta de 2 pontos percentuais. Frente ao quarto trimestre de 2021, houve queda, de 8%.
O fluxo de caixa livre ficou negativo em R$ 689 milhões no trimestre inicial de 2022, contra R$ 283 milhões negativos um ano antes, refletindo o maior desembolso com imposto de renda e contribuição social e a variação negativa de R$ 549 milhões do capital de giro, em meio ao aumento dos estoques com os gargalos na cadeia logística. Sem considerar dividendos e projetos de expansão, o fluxo de caixa livre ajustado foi positivo em R$ 393 milhões.
Em março, a dívida líquida da Klabin estava em R$ 17,89 bilhões, baixa de 14% em três meses, com alavancagem financeira em reais de 2,4 vezes, recuo de 0,6 vez.
Segmento
Destaque positivo dos resultados do primeiro trimestre de 2022, o negócio de papéis da Klabin foi beneficiado pela demanda aquecida, por reajustes de preço e pela estratégia da companhia de elevar a exportação de kraftliner, beneficiando-se dos preços atraentes no mercado internacional, e diminuir sua conversão em embalagens frente à acomodação da procura por papelão ondulado no país.
De janeiro a março, a receita da companhia com papéis totalizou R$ 1,55 bilhão, alta de 62% na comparação anual e de 8% ante o quarto trimestre de 2021.
Frente aos três últimos meses de 2021, o preço líquido dos papéis vendidos pela Klabin subiu 11%, a R$ 4.918 por tonelada. Em relação primeiro trimestre de 2021, o aumento foio de 31%.
Em cartões revestidos, aponta a Klabin, a demanda seguiu suportada pela substituição do plástico por materiais mais sustentáveis nas embalagens, em particular no mercado externo. Entre janeiro e fevereiro, no mercado doméstico em geral, houve queda de demanda com o avanço da inflação.
Já em kraftliner e reciclados, aumento das exportações e reajustes de preço nos últimos trimestres, além do volume adicional de Eukaliner, com o início de operação da máquina 27 em 2021, levaram a receita a mais que dobrar na comparação anual, para R$ 688 milhões.
Produção
A parada geral programada para manutenção da unidade Puma I, em Ortigueira (PR), se refletiu em redução de 14% na produção da fibra na comparação anual, para 356 mil toneladas. Diante disso, as vendas de celulose recuaram 11%, para 334 mil toneladas.
As receitas com celulose, porém, avançaram 14% na mesma comparação, para R$ 1,36 bilhão, na esteira dos reajustes aplicados nos últimos meses, que mais do que compensaram o impacto de 5% da valorização do real frente ao dólar nas exportações.
No trimestre, o custo caixa de produção de celulose saltou 66% em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 1.291 por tonelada, sem considerar os efeitos da parada em Puma I, que representou um adicional de R$ 317 por tonelada.
Conforme a Klabin, a forte valorização das commodities, com efeito nos preços de combustíveis e químicos, em especial clorato de sódio e soda cáustica, e maior consumo de madeira de terceiros impulsionaram o aumento nessa conta.
Já o custo dos produtos vendidos da companhia (CPV) alcançou R$ 2,09 bilhões, alta de 20% ante o primeiro trimestre de 2021 refletindo o maior custo caixa de produção de celulose, aumento dos custos com combustíveis e químicos e frete mais caro.
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