Valor Econômico – A Companhia Metropolitana de São Paulo (Metrô) entrou com pedido de registro na categoria B (que permite a emissão de debêntures) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 26 de agosto.
A solicitação ocorre pouco mais de três meses após a empresa fazer uma emissão de debêntures de R$ R$ 400 milhões. O valor vai servir para que o Metrô prossiga com projetos de inovação e melhorias da rede, processos de modernização e manutenção, informou em nota.
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Na ocasião, as ofertas atingiram até R$ 2,4 bilhões, mas a companhia se manteve abaixo do limite de endividamento de R$ 700 milhões. A oferta foi restrita (nos termos da instrução CVM 476), destinada a investidores profissionais e de debêntures simples, não conversíveis em ações.
Na emissão, a empresa assumiu o compromisso de fazer a solicitação de listagem na categoria B dentro de um prazo de seis meses. Assim, o Metrô tem até novembro deste ano para conseguir a aprovação da CVM. Uma vez obtido o registro, suas debêntures terão uma maior liquidez, e a empresa terá acesso a renovações e trocas de dívidas por outras mais atrativas no futuro.
A demora entre a emissão, em maio, e o encaminhamento do pedido, em agosto, é reflexo de preparações necessárias e requisitos a cumprir, disse a companhia em nota ao Valor . Desde a solicitação, ajustes já estão sendo feitos, e a expectativa do Metrô é que a CVM dê o aval até outubro, período que coincide com o intervalo eleitoral.
Em novembro de 2021, o presidente do Metrô, Silvani Pereira, já havia anunciado os planos da companhia de ir ao mercado de capitais. Quanto a uma possível migração para a categoria A e listagem de ações na B3, a empresa reafirmou que não pensa nesse movimento. O foco está em conseguir aprovação para operar na categoria B, para a qual fez o pedido.
Nos últimos anos, o Metrô de São Paulo tem registrado sucessivos prejuízos — o último lucro líquido foi reportado em 2014. No último ano, a companhia registrou prejuízo de R$ 759 milhões e receita operacional líquida de R$ 1,545 bilhão.
Em 2020, com o efeito da queda na movimentação de passageiros por conta da pandemia, o resultado negativo chegou a R$ 1,7 bilhão. Mesmo hoje, com a reabertura, o Metrô ainda registra movimentação cerca de 35% abaixo do nível pré-pandemia — mas uma tímida melhora em relação ao patamar de 40% menor, na mesma base comparativa, divulgado em novembro de 2021.
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