Rio Tinto vê demanda por commodities ameaçada por desaceleração

— Foto: Divulgação/Rio Tinto
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Valor Econômico – A Rio Tinto fez outra avaliação pessimista sobre a demanda global por commodities devido aos crescentes riscos de recessão nos Estados Unidos e na Europa e recuperação irregular na China, maior cliente do grupo.

As observações, citadas no relatório de produção do terceiro trimestre da Rio Tinto, destacam que fornecedores de matérias-primas como minério de ferro, cobre e alumínio enfrentam obstáculos mais desafiadores após um ano volátil para os preços. O índice de metais industriais da Bloomberg mostra queda de 40% em relação ao recorde de março, enquanto a cotação do minério de ferro – maior gerador de receita da Rio Tinto – caiu para o menor nível desde 2021.

“Temores de recessão surgem com a implementação de aumentos agressivos das taxas de juros nos EUA e na Europa, enquanto um setor imobiliário fraco continua a pesar na economia da China”, disse a Rio Tinto. “A desaceleração da demanda global traz riscos de baixa para as fortes exportações da China, enquanto consumidores permanecem cautelosos frente ao mercado imobiliário.”

A perspectiva pessimista coincide com a importante reunião do Partido Comunista da China, que até agora não sinalizou nenhuma mudança significativa nas principais políticas que afetam a demanda. A Rio Tinto observa mais apoio econômico do governo de Pequim, mas disse que a retomada do crescimento é desigual entre os setores.

Segundo a mineradora, seus embarques de minério de ferro no terceiro trimestre caíram 1% em relação ao ano anterior e agora colocam sua estimativa de produção em 2022 no limite inferior da faixa de projeções, entre 320 milhões e 335 milhões de toneladas. Os números contrastam com os da Vale, que também acaba de divulgar uma atualização trimestral. A mineradora produziu mais do ingrediente siderúrgico do que o esperado.

Crise imobiliária
Os preços de minério de ferro já caíram pela metade em relação ao pico do início do ano. A demanda na China foi impactada por ondas de Covid, cortes esporádicos na produção de aço e temores persistentes de que a crise imobiliária do país se deteriore ainda mais.

Projeto de minério
Além do minério de ferro, a Rio Tinto também reduziu as previsões para a produção de cobre este ano devido a possíveis períodos de desaceleração em sua operação Kennecott nos EUA, antes de uma grande reforma planejada para 2023. A empresa agora espera produção entre 190 mil toneladas e 220 mil toneladas, abaixo da faixa entre 230 mil e 290 mil toneladas.

Os preços do cobre têm sido atingidos por temores relacionados à demanda global, bem como pelo dólar mais forte, mas também são em parte apoiados por preocupações do lado da oferta, já que o fornecimento das minas está relativamente fraco para alimentar os estoques baixos.

No caso do alumínio, a Rio Tinto disse que a demanda se deteriorou, especialmente na Europa, enquanto embarques nos EUA e Canadá têm resistido e há sinais de melhora na China.

A mineradora também disse que a produção em sua recém-inaugurada mina de Gudai-Darri tem aumentado e que a capacidade total deve ser alcançada em 2023.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/10/18/rio-tinto-ve-demanda-por-commodities-ameacada-por-desaceleracao.ghtml

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